Conecte-se Conosco

Colunistas


Como pregar no deserto ou jogar pérolas aos porcos!

Publicado

em


Com uma explicação sem nexo, assisti a vereadora Terezinha do Salão abrir seu voto para absolver um colega da acusação pelo Ministério Público de “má conduta” parlamentar. Em seguida, o vereador Ricardo Tobias fez o mesmo, configurando o “circo de horrores” em que se transformou a Câmara Municipal de Nova Serrana.

O que significa isso? Um “Sprit de Corps”, como aquele sentimento de solidariedade comum aos que se ajudam mutuamente, ou uma irmandade “siciliana” conhecida como máfia, que defende a família contraventora?

Sabemos que as provas da denúncia foram mais do que robustas. A população teve conhecimento dos acontecimentos que embrulharam o estomago de qualquer cidadão e mesmo assim, como Paladinos da Justiça, mostraram aos espectadores como é tratada a política na cidade.

Com caras de santos, os acusados mostravam uma dose de humildade tão velada, até que um dos acusados chegar a falar, que conseguiu tantos benefícios para a população, que entre academias ao ar livre e recursos para coisas elementares passaram a ter um significado qualquer para a defesa.

Ao ouvir a exposição do trabalho desempenhado pelo vereador (até então meliante), fiz uma conta rápida de cabeça. Não convencido do resultado, peguei uma folha de papel e somei os salários pagos a ele e os valores dos alardeados benefícios espetaculares. Cheguei àquela triste conclusão: foi muito dinheiro pra pouca coisa.

Minha gente! Nossas leis são de uma superficialidade impressionante. É preciso rever tudo e como os atos dos nossos representantes são interpretados no cenário atual em que vivemos. Penso ser algo extremamente “imoral” pagar ou receber salários que privilegiam a ociosidade, principalmente dos atuais políticos.

Não são os valores financeiros a que me refiro. Mas os valores éticos, sem tocar na questão moral. Acho que abrir o voto para mostrar a cumplicidade a alguns parlamentares não é motivo de orgulho, mas de consciência e certeza da cumplicidade. Não reconheço qualquer “majestade” nestes gestos de tão grande hipocrisia.

Como será que estes vereadores acusados conseguiram olhar nos olhos de seus filhos e parentes durante esse tempo… Ou falar com amigos, ou ainda, eleitores?

Como será que o senso de justiça se manifesta neles, quando se posicionam frente à corrupção proliferada em todo o país?

Como a justiça pode ser feita, quando o respeito e a dignidade são esfacelados por questões pessoais?

Neste momento quero pedir desculpas aos meus amigos e familiares pelo que penso. Mas, na verdade, vejo que pregar no deserto e jogar pérolas aos porcos pode ser uma atitude menos comprometida do que conhecer os fundamentos da justiça.

Acho que deveríamos tirar a “venda” que tapa os olhos do símbolo da justiça, tirar-lhe a espada das mãos e demiti-la por justa causa!

Publicidade 3
Publicidade 4

Política