Cultura
Com aporte de recursos do Funemp, programa Cinema Sem Fronteiras é anunciado na Mostra de Tiradentes
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) participou, na última sexta-feira, 24 de janeiro, do anúncio do programa Cinema Sem Fronteiras, uma articulação entre as prefeituras de Belo Horizonte, Tiradentes e Ouro Preto para valorização da diversidade cultural brasileira via fomento à cadeia produtiva do cinema. O lançamento da iniciativa aconteceu durante a abertura da 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes.
Com recursos do Fundo Especial do Ministério Público (Funemp), a parceria prevê investimentos, com duração de 18 meses, para realização da Mostra de Cinema de Tiradentes, Mostra de Cinema de Ouro Preto (CineOP), Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte (CineBH) e o Brasil CineMundi – Encontro Internacional de Coprodução. Os eventos preveem ações de formação técnica, intercâmbio, cooperação, rodadas de negócios, debates e exibição de filmes. O foco está no apoio à consolidação da indústria cinematográfica brasileira, na diversidade de olhares sobre o Brasil, no reconhecimento de novas cadeias produtivas regionais, na discussão de novas políticas públicas e na formação de público para diferentes propostas estéticas.
A Secretária Municipal de Cultura de Belo Horizonte, Eliane Parreiras, destacou que o apoio do Funemp possibilitará a expansão do Cinema Sem Fronteiras. “Este é um Programa de audiovisual internacional de vanguarda nascido em Belo Horizonte que exibe e discute a produção contemporânea do cinema brasileiro, sua história, patrimônio, linguagens, estéticas. Ele posiciona Belo Horizonte e Minas Gerais como um dos polos estratégicos no cenário do audiovisual brasileiro e internacional”, avaliou. O recurso será repassado do MPMG para o programa BH Nas Telas, da Prefeitura de Belo Horizonte, que será responsável por articular a execução em conjunto com o Instituto Universo Cultural, organização responsável pela gestão dos festivais.
O Procurador-Geral de Justiça Adjunto Institucional do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Hugo de Barros e Moura, reforçou a relevância da parceria por representar uma entrega das mais valiosas para a cidade. “O audiovisual é uma indústria de grande importância para a economia brasileira e tem se destacado internacionalmente. Para o MPMG, é motivo de orgulho contribuir com o desenvolvimento e incentivo a esta área, que tem um papel transformador para Belo Horizonte e Minas Gerais”.
Para Raquel Hallak, coordenadora do Cinema sem Fronteiras e uma das fundadoras do Instituto Universo Cultural, a parceria entre a Prefeitura de Belo Horizonte e o Ministério Público do Estado de Minas Gerais para realização do Cinema sem Fronteiras potencializa o propósito do programa, gerando efeitos multiplicadores nas comunidades em todo o país. “Essa união de esforços é uma ação de vanguarda, um compromisso mútuo em favor da nossa cultura e do exercício da cidadania e exemplo de que responsabilidades compartilhadas colaboraram para a construção de um mundo melhor”, disse.
Hugo Barros também participou da mesa de abertura do 3º Fórum de Tiradentes, conjunto de discussões abertas ao público sobre desafios do audiovisual brasileiro contemporâneo. A mesa inaugural dos debates contou com a presença do prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião; da secretária municipal de Cultura de BH, Eliane Parreiras; da deputada federal Benedita da Silva; do teólogo Leonardo Boff; e da mediadora Tatiana Carvalho Costa, coordenadora executiva do Fórum. Com uma plateia qualificada e diversa, os participantes refletiram sobre as transformações tecnológicas e os desafios que impactam o setor, além de propor soluções para fortalecer o ecossistema audiovisual no Brasil. A regulação das plataformas de streaming como forma de ampliar a participação de mercado das obras brasileiras foi um dos tópicos centrais.
O Funemp
O procurador de Justiça e coordenador do Funemp Jacson Rafael Campomizzi explicou que o fundo passou por uma ampliação no escopo de sua atuação. “Quando assumimos a presidência do fundo, demos a ele uma dimensão cultural, ambiental e social, porque isso constitui a essência do trabalho do Ministério Público. A proteção ambiental e a diminuição das desigualdades nos leva a financiar ações que possam promover essa defesa de comunidades tradicionais, desses valores e dessas culturas”, explicou.
Na visão de Campomizzi, a execução do Cinema sem Fronteiras contribui para consolidar os objetivos do Funemp. As programações das mostras procuram trazer a diversidade de olhares sobre o Brasil, além de mesclarem produções populares com obras mais densas, sempre problematizando dilemas dos interiores brasileiros. “A cultura é aguerrida, ela exige, ela é guerreira. E por isso lutamos para financiar, para colocar recurso neste projeto”, disse o procurador.