Economia

‘Cliente paga quanto quiser’: vendedor de café em semáforo de BH viraliza na web

Publicado

em

Pagamento pode ser feito com pix, e não precisa ser na hora — Foto: Reprodução/Vídeo/Instagram mvitoriaabreu

André Abrantes diz que recebe pagamentos de R$ 1 até R$ 100

Café e mineiro: uma combinação perfeita. Acordar pela manhã e tomar uma xícara com a bebida quente faz parte da rotina de muitas pessoas nascidas em Minas. Mas, muita gente na correria do dia-a-dia não consegue ter um tempo para fazer um cafezinho antes de sair para o trabalho, por exemplo. Com informações de O Tempo.

Quem se vê nesta situação, e mora ou passa pela região da Pampulha, mais precisamente na rua Alcobaça, no bairro São Francisco, em Belo Horizonte, tem uma esperança: encontrar com André Abrantes, 37, no semáforo, bem no cruzamento com a avenida Antônio Carlos.

Com uma “matera” adaptada – suporte muito usado no Sul do país para colocar chimarrão – o empreendedor carrega garrafas com café quentinho. André aproveita a pausa rápida dos motoristas para fazer as vendas. Mas, ao contrário da maioria dos negócios, não há um preço específico para o copo de café, que segundo ele é colhido no Sul de Minas.

“Não cobro valor fixo. O cliente paga o preço que sente no coração. Já recebi pagamentos de R$ 1 até R$ 100. Às vezes, a pessoa não consegue pagar na hora, aí dou um cartão com o meu pix, e ela paga depois. É bacana porque durante o dia fica caindo dinheiro na minha conta,” revela o empreendedor.

André começou com o negócio em abril deste ano como uma forma de aumentar a renda. Ele, que trabalha no administrativo de um colégio a partir das 11h, aproveita as primeiras horas do dia – de segunda a sexta – para vender o café. “Acordo às 4h, preparo o café, e às 6h30 estou lá no sinal, onde fico até por volta das 10h,” conta.

Morador do bairro Santa Amélia, também na região da Pampulha, Abrantes precisa pegar um ônibus para chegar ao ponto de venda. Ele comercializa cerca de cinco litros de café por dia durante as três horas e meia de trabalho. “Acaba que minha renda extra hoje é maior que a principal. Ganho com ela cerca de um salário mínimo e meio por mês.”

Reconhecimento

O negócio se tornou mais conhecido depois que Maria Vitória Abreu, estudante da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), compartilhou um vídeo nas redes sociais mostrando o trabalho de André. “Uma ideia maravilhosa. Ganhando a vida honestamente, com um trabalho eficiente, e com algo que a gente ama. E o café é muito bom, diferenciado,” diz Maria no vídeo.

Depois de vários compartilhamentos, o empreendedor diz que agora o café está acabando mais cedo. “Em alguns dias, às 9h, eu já vendi tudo. O problema é que como preciso pegar ônibus, não consigo trazer mais quantidade de garrafas, por causa do peso e do deslocamento,” enfatiza.

Sonhos de expansão

André conta que essa ideia nasceu porque ele tem muitos sonhos, e com apenas uma renda, seria difícil alcançá-los. “Sonho em comprar meu carro, em construir a casa da minha mãe. E claro, quem sabe um dia abrir uma cafeteria. Hoje, já criei a minha própria marca – Dedé Gourmet.”

O empreendedor ainda diz que está feliz por servir de inspiração para outras pessoas. “Um colega de trabalho já comprou os equipamentos e também vai vender o café na rua, em outro ponto, possivelmente no bairro Floresta, região Leste de BH.”

Tendência

Sair da versão mobile