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Clássico: procurador-geral de Justiça promete resposta contra brigas de torcidas
O procurador-geral de Justiça do Estado, Jarbas Soares Júnior, informou à reportagem do jornal O Tempo que a área criminal do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) já está atuando para promover uma resposta “muito forte” aos representantes de torcidas organizadas de Atlético e Cruzeiro que promoveram uma pancadara no bairro Boa Vista, Leste de Belo Horizonte, na manhã deste domingo (06/3).
O confronto foi registrado por diversos vídeos que circulam nas redes sociais e, conforme a Polícia Militar, duas pessoas foram baleadas: um torcedor do Cruzeiro, que morreu no Hospital de Pronto Socorro João XXIII, e um motociclista que passava pelo local e não tinha relação com a briga.
“Esse tipo de situação merece uma resposta muito forte das instituições. É inadmissível que, em pleno século XXIII, ainda tenhamos que viver com esse clima de vandalismo”, disse Jarbas Soares à reportagem. “A minha orientação é de que os promotores possam agir rapidamente junto com a Polícia Civil”, finalizou.
O coordenador das promotorias criminais do MPMG, Marcos Paulo Souza Miranda, afirmou que está em contato com as autoridades policiais para adoção de medidas. “Estamos acompanhando, realizando a confirmação dos fatos e saber quem estava envolvido”, informou.
Questionada sobre a briga e medidas que serão adotadas, a assessoria de comunicação da Polícia Civil informou que o caso será investigado na 4ª Delegacia Especializada em Investigação de Homicídios/Leste.
“Sobre a lesão corporal e o homicídio registrados nesta manhã (6/3), durante uma briga de torcidas, na Rua Lassance, em Belo Horizonte, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que a perícia esteve no local para identificar e coletar vestígios. Um procedimento foi instaurado para apurar a autoria, motivação e circunstâncias do fato. Até o momento, nenhum suspeito foi localizado”, disse a corporação em nota.
Banimento
Em função do histórico de confrontos, a Máfia Azul e Galoucura, principais torcidas organizadas de Atlético e Cruzeiro, estão na mira do Ministério Público de Minas Gerais. Em novembro de 2021, o órgão recomendou o banimento da Máfia Azul nos dias de jogos, em todos os estádios do país.
O pedido consiste na “proibição do uso, porte e exibição de qualquer vestimenta, faixa, bandeira, instrumento musical, ou qualquer objeto que possa caracterizar a presença da torcida organizada”, diz texto divulgado pelo órgão. A iniciativa ocorreu devido à interceptação, pela Máfia Azul, de um ônibus com torcedores do Atlético, no Barreiro, em 28 de novembro.
Quem estava no coletivo sofreu ataques com arremessos de pedras, barras de ferro e pauladas. A Galoucura, por sua vez, teve o pedido de banimento pelo MP expedido em fevereiro deste ano, após uma confusão generalizada no jogo entre Brasil x Paraguai nas arquibancadas do Mineirão, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. A recomendação do MP também proíbe o uso de uniformes e qualquer identificador com a marca da torcida.
“A resolução estipula o raio de 5 mil metros dos estádios para afastamento da torcida e a punição tem a duração de seis meses. Nos moldes dos Termos de Ajustamento de Conduta de 15 de fevereiro de 2008, a Galoucura permanece proibida de, nos jogos do Atlético, utilizar suas sedes, bem como nos dias em que houver jogo as sedes também não podem ser utilizadas, sob pena de multa no valor de R$ 50.000,00”, informou o MP.
Os dois pedidos foram acatados pela Federação Mineira de Futebol (FMF), mas as duas torcidas frequentam os estádios da capital normalmente, apenas sem utilizar bandeiras e uniformes, inclusive no clássico deste domingo.