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Cérebro infectado por verme de cobra pode ser o primeiro de muitos

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Verme de 8 centímetros que parasita cobras foi retirado do cérebro de mulher de 64 anos Foto: David Clode via Unsplash/Hossain M, Kennedy KJ, Wilson HL, et al. Human Neural Larva Migrans Caused by Ophidascaris robertsi Ascarid. Emerging Infectious Diseases. 2023;29(9):1900-1903. doi:10.3201/eid2909.230351

Estudo afirma que novos casos de infecções cerebrais em humanos causadas por parasita de pítons podem aparecer globalmente

Uma mulher de 64 anos teve uma lombriga de 8 centímetros, que normalmente parasita cobras, retirada de seu cérebro na Austrália. O estudo relatando o caso foi publicado na mais nova edição da revista Emerging Infectious Diseases. Com informações de Terra.

O verme do tipo Ophidascaris robertsi costuma parasitar pítons. No caso analisado, trata-se de uma infecção zoonótica, ou seja, de origem animal, inédita. Os cientistas alertam na publicação para o risco contínuo de doenças que podem surgir graças ao contato entre os humanos e outras espécies.

“Embora os nematóides O. robertsi sejam endêmicos na Austrália, outras espécies de Ophidascaris infectam cobras em outros lugares, indicando que casos humanos adicionais podem surgir globalmente”, diz o artigo.

A paciente deu entrada em um hospital local em janeiro de 2021. Ela estava há três semanas com dor abdominal, diarreia, tosse seca, febre e sudorese noturna. Com o tempo, seus sintomas evoluíram para esquecimento e depressão e os médicos decidiram encaminhá-la a um acompanhamento especializado.

Uma ressonância magnética revelou anormalidades no cérebro que necessitavam de cirurgia, mas os profissionais envolvidos ainda não sabiam o que seria encontrado durante o procedimento.

“Notamos uma estrutura semelhante a um fio dentro da lesão, que removemos; era um helminto vivo e móvel (80 mm de comprimento, 1 mm de diâmetro)”, diz o relatório.

Verme foi retirado vivo de cérebro de idosa
Foto: Hossain M, Kennedy KJ, Wilson HL, et al. Human Neural Larva Migrans Caused by Ophidascaris robertsi Ascarid. Emerging Infectious Diseases. 2023;29(9):1900-1903. doi:10.3201/eid2909.230351

 A hipótese é que a paciente tenha sido infectada ao tocar em vegetação nativa próxima a um lago habitado por pítons. Acredita-se que as fezes de uma cobra possam ter contaminado a grama, que foi tocada pela paciente ou ingerida acidentalmente por ela.

A idosa precisou passar por um tratamento para prevenir a proliferação de larvas por outros órgãos do corpo, como o fígado. Apesar da falta de precedentes no tratamento da infecção, a paciente se recuperou bem e é monitorada regularmente.

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