Minas
Cerca de 34% dos detentos liberados na pandemia que voltam a cometer delitos em Minas
Em levantamento divulgado nesta quinta-feira, 28 de janeiro, pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), foi então apontado que quase 34% dos presos encaminhados para prisão domiciliar devido a pandemia de coronavírus voltaram a cometer crimes nas ruas.
Segundo informado de março até dezembro do ano passado, 12.385 pessoas foram liberadas por conta da pandemia o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) passou a recomendar a prisão domiciliar a detentos do regime aberto e semiaberto ou a aplicação de medidas alternativas para pessoas que estão no grupo de risco da doença.
Contudo, a medida não foi interpretada por boa parte dos detentos como uma segunda chance. Ao todo, foram 11.082 registros policiais que envolveram 4.167 presos em 450 municípios do Estado, ou seja em mais da metade dos municípios mineiros.
Para a coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), promotora Paula Ayres, os números apontam a necessidade de uma “atenção redobrada” à soltura de presos em função da pandemia.
“O benefício da prisão domiciliar ou das prisões alternativas, deve ser aplicado àqueles que se encontram no grupo de risco e eles devem ser monitorados de forma bastante cuidadosa pelos órgãos de Segurança Pública”, afirmou.
Delitos mais cometidos
De acordo com o levantamento o o tráfico de drogas, foi o delito mais praticado pelos detentos em que tiveram o benefício devido a pandemia. Foram registradas ocorrências com 845 detentos.
Em seguida o crime mais cometido pelos detentos foram furtos (791), seguidos de ameaças (536), roubos (396), lesões corporais (331) e homicídios (200).
Ainda segundo os dados, ocorreram 123 homicídios consumados que envolveram os detentos, sendo que em 76 desses registros eles foram as vítimas dos atentados.
Cabe ainda ressaltar que a cidade com o maior número de registros foi a capital Belo Horizonte, com 1.326, seguida por Contagem, também na região metropolitana, com 265, Sete Lagoas, 243 crimes e Uberlândia 204.
Violência doméstica representa 6% das ocorrências
Segundo os dados do MPMG, das mais 11.000 ocorrências que envolveram os detentos liberados na pandemia, quase 700 ocorreram em um contexto de violência doméstica.
As mais comuns foram ameaças (236), agressões (162), lesões corporais (148) e descumprimento de medida protetiva (39). Ainda ocorreram três estupros de vulneráveis, dois homicídios e um estupro.
Crimes praticados por presos liberados na pandemia
Dados se referem ao período entre março e dezembro do ano passado
- 12.385 detentos foram para prisão domiciliar ou alternativa
- 4.167 praticaram novos delitos (33,6% do total)
- Metade desses presos se envolveram em mais de uma ocorrência
Os mais comuns
- Registros de tráfico ilícito de drogas – 845
- Furtos – 791
- Ameaças – 536
- Roubos – 396
- Lesões corporais – 331
- Homicídios – 200
- Estelionatos – 23
Violência doméstica
Entre os liberados para prisão domiciliar ou alternativa, ocorreram 687 registros em contexto de violência doméstica
Homicídios
Das 200 ocorrências, 123 foram homicídios consumados e 77 tentados
76 detentos foram assassinados no período
Fonte: Com informações O Tempo
Foto: Imagem Ilustrativa web – Guaporé Notícias