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Capítulo para aulas de história

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A pandemia do coronavírus é uma doença da sociedade. A postura coletiva é determinante para o seu controle ou disseminação. O que vale dizer que se não tivermos compromisso com o próximo essa doença continuará a dizimar vidas.

Quanto mais solidária a sociedade, melhores serão os resultados. Quanto mais individualista, piores serão as experiências com essa doença. Diante disso, uma pergunta é urgente: qual o tipo de Brasil que temos para enfrentar a pandemia?

Somos um país plural e desigual. Com necessidades diversas e distintas entre si. Um país rico e indigente que historicamente nunca soube lidar com suas fraquezas, que até hoje assombram nossa gente.

Existem valorosos esforços, mas o fato é que não somos devidamente organizados como sociedade. E neste caso elementos como renda e instrução escolar são determinantes para acentuar nossas diferenças.

O Brasil das vielas, favelas e periferias é íntimo da dor e do descaso de quem deveria zelar por esse povo; proporcionando uma vida mais digna. Promovendo, por exemplo, acesso à saúde, educação e segurança pública. O que vem em migalhas, mas é arrotado com veemência nas campanhas eleitorais.

Com a pandemia um Brasil que não sofria tanto passou a sofrer mais. Seja pela inércia dos governos – para não dizer o “governo” – ou pela irresponsabilidade de muitos que não se solidarizam com a dor do outro e se aglomeram e disseminam o vírus por aí.

Tem gente que só se toca quando a Covid-19 bate à porta. Até então seguia de olhos fechados como se não houvesse o problema e ele há. Fora do contexto da pandemia, com nossas outras mazelas, expediente parecido é utilizado. E os olhos, frequentemente, são fechados para o problema do outro.

Pobreza, feminicídio, racismo estrutural, homofobia, diferenças salariais entre homens e mulheres, corrupção, são alguns dos inúmeros problemas que retardam o desenvolvimento do Brasil. A pandemia é mais um elemento que se soma.

Podemos até nos inspirar, mas não dá para resolver esse problema de saúde seguindo modelos de outros países, que como nação estão num processo evolutivo maior que o nosso. Ao fazê-lo, vamos sempre esbarrar em nossos problemas estruturais que clamam para serem solucionados.

Um país em que há aqueles que flertam com a ditadura, que não questionam o AI 5, país em que existem os negacionistas da vacina e até magistrado que libera cultos e missas no auge da pandemia; nunca será uma Nova Zelândia.

Era de se esperar que num país em que o interesse individual, historicamente, se sobrepõe ao coletivo e o popular “jeitinho” é forma usual de administrar vários problemas, a pandemia fosse mais dramática por aqui.

Por sorte, o brasileiro é teimoso e na teima vira o jogo. Com fé e trabalho a pandemia ficará para trás. Será um capítulo para as aulas de história, sobre mais essa mazela nossa.

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