Saúde
Busca da magreza: artistas e anônimos adotam Ozempic pra emagrecer; veja riscos
As “canetas emagrecedoras” têm viralizado nas redes sociais como um método efetivo e rápido para a perda de peso. Elas contêm o Ozempic – nome comercial do medicamento fabricado pela Novo Nordisk, que tem como princípio ativo a semaglutida –, usado para tratar diabetes tipo 2 e que provoca a perda de peso como efeito secundário. Famosos e influenciadores digitais no Brasil e no mundo já admitiram tomar o remédio, como o bilionário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter) e Jojo Todynho. Com informações de O Tempo.
A procura é tamanha que há escassez global dos produtos injetáveis para diabetes tipo 2, o que tem gerado versões falsificadas de semaglutida, conforme alerta feito neste mês pela OMS. O problema da propagação do remédio como “dieta milagrosa” está no uso indiscriminado. “Ele pode ser usado por uma pessoa que tenha acompanhamento médico e faça a progressão de dose conforme a bula. Infelizmente, o que acontece é que muitos compram sem receita, atraídos por preços chamativos, adquirem medicamentos sem procedência conhecida e usam sem precisar”, alertou o diretor da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Fernando Valente.
Segundo ele, é preciso diferenciar o tratamento de obesidade do desejo social de emagrecer. “O Ozempic é o remédio mais prescrito atualmente no mundo. Uma pessoa sem indicação, por exemplo, que está com um IMC (Índice de Massa Corporal) ‘normal’, mas que não faz exercício físico, não tem uma alimentação saudável, usa o Ozempic para perder dois ou três quilos porque vai viajar. Esse uso indiscriminado é ruim e pode trazer consequências graves”, ressalta o especialista.
Um risco inerente à perda intensa de peso, independentemente se ela é provocada por remédio ou outro método radical, é a pancreatite aguda, ou seja, a inflamação súbita do pâncreas, que pode ser fatal. Por isso a importância de a dose ser individualizada e estudada por médico que trata o paciente.