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Brasil tem 20 casos suspeitos de reinfecção por coronavírus em análise

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Infectologista explica que reincidência de Covid-19 confirmada em jovem de Hong Kong indica que imunidade desenvolvida por contaminados pode ser transitória

No Brasil, há 20 possíveis casos de pessoas contaminadas pelo coronavírus após terem sido consideradas curadas da Covid-19. As suspeitas são investigadas pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). São Paulo concentra 16 das possíveis reinfecções, e os outros quatro estão no Rio de Janeiro. A infectologista Melissa Valentini, do laboratório Hermes Pardini, explica que o caso confirmado em Hong Kong indica que a imunidade gerada em indivíduos infectados pode ser transitória.
“Provavelmente veremos mais casos, mas não parece ser um evento regular, se não teríamos visto muito mais casos”, disse Margaret Harris.

A infectologista Melissa Valentini, que atua no laboratório Hermes Pardini, explica que o caso de Hong Kong indica que o coronavírus poderá permanecer por mais tempo em circulação, como acontece com outros vírus respiratórios.

“A implicação disso para o momento atual é que muito provavelmente a imunidade gerada pelo vírus em uma infecção é transitória. Então, aparentemente a proteção de antiorpos no combate ao coronavírus foi transitória. No período de pouco mais de quatro meses desapareceu. Se realmente ocorrer dessa forma, o coronavírus vai estar muito mais tempo presente na nossa vida como a influenza e outros vírus respiratórios“, explica Melissa.

Os estudos sobre suspeita de reinfecção pelo coronavírus no Brasil começaram com o caso de uma enfermeira, de 24 anos, que testou positivo para a doença 38 dias depois de ser considerada curada. Em maio, a profissional de saúde passou pelo teste molecular RT-PCR, que indicou que ela estava com a Covid-19. Depois de passar 38 dias assintomática, no dia 27 de junho, a jovem acordou sentindo sintomas da doença de forma mais severa que na primeira infecão. Um novo teste foi realizado e deu resultado positivo para a presença de coronavírus.

A partir desse caso, o Hospital Das Clínicas Da Faculdade De Medicina De Ribeirão Preto, em São Paulo, concluiu que casos de nova infecção são possíveis, apesar de raros. Mas, como a primeira amostra do teste da enfermeria foi descartada, os pesquisadores não puderam comparar as cepas do vírus. O caso da enfermeira brasileira foi o segundo a ser apurado no mundo. A primeira suspeita de reinfecção foi registrada em Boston, nos Estados Unidos. Mas o caso confirmado em Hong Kong, na segunda-feira (24) foi o primeiro no mundo.

  • Fonte: O Tempo

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