Saúde
Brasil tem 20 casos suspeitos de reinfecção por coronavírus em análise
Infectologista explica que reincidência de Covid-19 confirmada em jovem de Hong Kong indica que imunidade desenvolvida por contaminados pode ser transitória
A infectologista Melissa Valentini, que atua no laboratório Hermes Pardini, explica que o caso de Hong Kong indica que o coronavírus poderá permanecer por mais tempo em circulação, como acontece com outros vírus respiratórios.
“A implicação disso para o momento atual é que muito provavelmente a imunidade gerada pelo vírus em uma infecção é transitória. Então, aparentemente a proteção de antiorpos no combate ao coronavírus foi transitória. No período de pouco mais de quatro meses desapareceu. Se realmente ocorrer dessa forma, o coronavírus vai estar muito mais tempo presente na nossa vida como a influenza e outros vírus respiratórios“, explica Melissa.
Os estudos sobre suspeita de reinfecção pelo coronavírus no Brasil começaram com o caso de uma enfermeira, de 24 anos, que testou positivo para a doença 38 dias depois de ser considerada curada. Em maio, a profissional de saúde passou pelo teste molecular RT-PCR, que indicou que ela estava com a Covid-19. Depois de passar 38 dias assintomática, no dia 27 de junho, a jovem acordou sentindo sintomas da doença de forma mais severa que na primeira infecão. Um novo teste foi realizado e deu resultado positivo para a presença de coronavírus.
A partir desse caso, o Hospital Das Clínicas Da Faculdade De Medicina De Ribeirão Preto, em São Paulo, concluiu que casos de nova infecção são possíveis, apesar de raros. Mas, como a primeira amostra do teste da enfermeria foi descartada, os pesquisadores não puderam comparar as cepas do vírus. O caso da enfermeira brasileira foi o segundo a ser apurado no mundo. A primeira suspeita de reinfecção foi registrada em Boston, nos Estados Unidos. Mas o caso confirmado em Hong Kong, na segunda-feira (24) foi o primeiro no mundo.
- Fonte: O Tempo