Política
Brasil cai 10 posições no Índice de Percepção da Corrupção em 2023
O Brasil teve destaque negativo no índice de Percepção da Corrupção (IPC) de 2023, divulgado nesta terça-feira (30) pelo órgão Transparência Internacional. Em relação a 2022, o país perdeu pontos e despencou dez posições no ranking que aponta as nações com melhores e piores governos com políticas anticorrupção do mundo. A queda fez com que o Brasil despencasse do 94º para o 104º lugar entre os 180 países avaliados. Com informações de Itatiaia.
A nova posição no ranking faz com que o Brasil apareça ao lado de nações como Argélia, Sérvia e Ucrânia. O índice brasileiro ficou abaixo das médias globais e das Américas, ambas fixadas em 43 pontos, e dos 48 pontos de média atribuídos a países classificados como “democracias falhas”, conforme o relatório. Ao todo, o país conquistou 36 pontos, perdendo dois pontos em relação a 2022.
Anualmente, o ranking utiliza dados de 13 fontes que medem percepções de empresários e especialistas sobre o nível de corrupção no setor público de cada país avaliado. Segundo a Transparência Internacional, alguns fatores recentes contribuíram para a deterioração da imagem do país, como: a escolha de Cristiano Zanin, ex-advogado de Lula, para o Supremo Tribunal Federal (STF); a nomeação do novo procurador-geral da República, Paulo Gonet; e decisões do Supremo que anularam provas do acordo de leniência da Odebrecht e a multa no acordo firmado pelo grupo J&F.
O relatório produzido pelo órgão também faz menção à operação Lava Jato, citada como um caso inegável de sucesso no combate a corrupção, mas que lançou sérias dúvidas sobre a parcialidade da Justiça devido ao envolvimento de figuras-chave da operação, incluindo o juiz Sérgio Moro e procurador Deltan Dallagnol, com o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O governo do ex-presidente Bolsonaro também é citado como um exemplo de como, em poucos anos, podem ser destruídos os marcos legais e institucionais anticorrupção que o país levou décadas para construir. Sobre o governo Lula, a avaliação do primeiro ano é de que o presidente ainda terá um enorme desafio de reconstrução.