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“Bênção não altera posição da Igreja em relação ao casamento gay”

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Fonte: Kris Hoobaer / Alamy Stock Photo

Para especialistas, decisão da Igreja Católica de abençoar casais gays não é um “passo” para o reconhecimento do matrimônio homoafetivo

“Papa Francisco não está avançando no sentido de permitir, mas está avançando no sentido de criar uma categoria que garanta o acolhimento aos homossexuais, sem com isso levar a um sacramento dado ao casamento homoafetivo”, explica o sociólogo Francisco Borba Ribeiro Neto, coordenador do Núcleo Fé e Cultura da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).⁠ Com informações de BBC News.

Na segunda-feira (18), a Igreja publicou uma declaração doutrinária que permite bênçãos a casais homoafetivos e outros considerados “irregulares” pelas regras católicas — como os casais em segunda união.⁠

A declaração de certa forma corrige uma anterior de 2021.⁠

Na ocasião, foi afirmado que o catolicismo não abençoava uniões homoafetivas, enfatizando que “a Igreja não dispõe, nem pode dispor, do poder de abençoar uniões de pessoas do mesmo sexo”.⁠

“O que se sabia é que o papa não tinha ficado muito satisfeito com a versão final do documento de 2021”, diz o vaticanista Filipe Domingues, professor na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.⁠

“Tanto que, depois disso, ele fez vários gestos e falou de uma forma contrária àquilo que havia sido dito no comunicado”, acrescenta, lembrando dos discursos de acolhimento de Francisco às pessoas LGBTQIA+ e a outros grupos historicamente “excluídos” da Igreja.⁠

Mas, além de essa benção indicada não ser um sacramento, ela “não significa uma aprovação [por parte da Igreja] da relação que casais homoafetivos têm. Significa uma aprovação do desejo que eles têm de fazer o bem”, resume Ribeiro Neto.⁠

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