Governo Federal
Bandeira de escassez hídrica deve ir até abril, diz ministro de Minas e Energia
O Brasil enfrentou, no ano passado, a maior crise de escassez hídrica dos últimos 90 anos. O país teve de acionar usinas termelétricas e comprar energia elétrica do exterior. Para financiar os gastos extras, o Governo Federal criou novos critérios de cobrança dos consumidores, com base na chamada bandeira tarifária de energia elétrica: a bandeira de escassez hídrica. As informações são do jornal Hoje em Dia.
Custos variáveis
Criadas em 2015 pela Aneel, as bandeiras tarifárias refletem os custos variáveis da geração de energia elétrica e é dividida em níveis. Elas indicam quanto está custando para o Sistema Interligado Nacional (SIN) gerar a energia usada nas casas, em estabelecimentos comerciais e nas indústrias.
Quando a conta de luz é calculada pela bandeira verde, significa que a conta não sofre nenhum acréscimo. A bandeira amarela significa que as condições de geração de energia não estão favoráveis, e a conta sofre acréscimo por 100 quilowatt-hora (kWh) consumido.
A bandeira vermelha mostra que está mais caro gerar energia naquele período. Ela é dividida em dois patamares e também implica em aumento na cobrança da tarifa.
Escassez hídrica
A bandeira de escassez hídrica substituiu a bandeira vermelha 2. E o consumidor passou a pagar R$ 14,20 extras a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, desde setembro do ano passado.
A cobrança extra será feita até 30 de abril de 2022 e com um aumento na conta de energia, em média, em 6,78%, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Mas a previsão do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, entretanto, é que ela deixe de ser necessária em meados de março ou abril.
Segundo Albuquerque, ainda não há como prever como será o cenário hídrico em 2022, mas há uma expectativa de que seja melhor do que o do ano passado. O ministro disse que as condições hídricas de 2021 foram 8% melhores que em 2020.
“A nossa expectativa para o fim do período úmido (março, abril) é estarmos em condições bem melhores do que estávamos no ano passado”. De acordo com ele, os consumidores – grandes , médios e pequenos – fizeram a sua parte. “Eu digo que foi um esforço coletivo”, garante.
Ainda segundo o ministro, o governo trabalhou para que não houvesse a possibilidade nem de racionamento nem de apagão. Bento Albuquerque citou que países como os Estados Unidos e a China tiveram que racionar energia, o que não ocorreu com o Brasil.