Homofobia

Atletas brasileiros afirmam ter sofrido racismo, intolerância religiosa e sexual

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Equipe do Cruzeiro feminino e Paulinho, do Atlético — Foto: Gustavo Aleixo/ Cruzeiro - Romário Henrique

41% dos jogadores negros que atuam pelas principais competições brasileiras afirmam já ter sofrido preconceito racial

Um levantamento realizado entre 508 profissionais do futebol brasileiro foi apontado um recorte nocivo sobre questões relacionadas a raça, religião, orientação sexual e origem. A iniciativa foi idealizada pelo Observatório da Discriminação Racial no Futebol, em parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Nike. Com informações de O Tempo.

Os dados foram levantados entre os meses de julho e agosto de 2023, com atletas, comissão técnica, staff dos clubes e arbitragem – atuantes nas Séries A e B do Campeonato Brasileiro masculino, além das Séries A1 e A2 do feminino da temporada atual.

A pesquisa aponta que 41% dos profissionais pretos assumem terem sofrido racismo ao exercerem suas atividades. Destes, 11,4% afirmaram que sofreram dentro de centros de treinamentos e concentrações.

Entre os 508 profissionais entrevistados, 4,23% declararam não ter religião específica, enquanto 5,08% se identificaram com candomblé e umbanda. Neste último percentual, 2,75% dos praticantes dessas religiões de origem de matriz africana afirma que sentem que suas crenças são respeitadas dentro do futebol.

No âmbito da orientação sexual, apenas 1% dos homens entrevistados se declararam homossexuais ou bissexuais. Segundo o levantamento, em comparação à representação de 8,5% na população brasileira da comunidade LGBTQIAP+, mostra que o impacto do medo de represálias, como achincalhamento público, perda de contratos e falta de oportunidades, reflete diretamente sobre a autenticidade das respostas.

Em relação às mulheres, dos 508 personagens, 28% são do gênero feminino, representando 142 pessoas. Desse número, 57% são atletas e 35% ocupam cargos como técnicas, assistentes, dirigentes, assessoria e equipe médica, também do futebol feminino. Apenas 8% delas atuam no futebol masculino, sobretudo nas áreas de comunicação e saúde. Em contrapartida, 18% dos homens trabalham nas divisões do Brasileirão Feminino em cargos diversos.

Preconceito racial

  • 41% dos profissionais do futebol são pretos
  • 53,9% dos ataques são oriundos de torcidas em estádios
  • 31% dos ataques são oriundos de torcidas em redes sociais
  • 11,4% dos participantes afirmaram ter sofrido casos dentro de centros de treinamentos e concentrações

Intolerância para religiões de matriz africana

  • 4,23% dos entrevistados declararam não ter religião específica
  • 5,08% se identificaram com candomblé e umbanda
  • 2,75% dos praticantes dessas religiões de origem de matriz africana sentem que suas crenças são respeitadas no contexto do futebol

Orientação sexual

  • 1% dos homens entrevistados se declararam homossexuais ou bissexuais
  • 61% dos casos de homofobia relatados são diretamente cometidos pela torcida
  • 36% pela adversária
  • 25% da torcida do próprio time

Xenofobia

  • 21,06% dos participantes relataram ter sofrido xenofobia
  • 3% decidiram denunciar tal comportamento

Mulheres no futebol

  • ​28% são mulheres
  • 57% são atletas
  • 35% ocupam cargos como técnicas, assistentes, dirigentes, assessoria e equipe médica, também do futebol feminino
  • 8% delas atuam no futebol masculino, sobretudo nas áreas de comunicação e saúde
  • 18% dos homens trabalham nas divisões do Brasileirão Feminino em cargos diversos
  • 45% das pessoas que atuam nas Séries A1 e A2 do campeonato feminino são homens

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