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Abuso Sexual

Arquidiocese de BH afasta padre após denúncias de abusos sexuais contra crianças há mais de 20 anos

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A Arquidiocese de Belo Horizonte (BH) afastou, na última semana, o padre Bernardino Batista dos Santos, de 73 anos. O pároco foi alvo  de denúncias de abusos sexuais contra crianças na capital.
De acordo com as informações repassadas, os abusos vem ocorrendo há cerca de 22 anos. As primeiras denuncias são referente ao período em que o padre Bernardino trabalhava na Igreja de Santa Luzia, no bairro Paraíso em BH.
Segundo denuncias das vítimas, os abusos ocorreram quando elas tinham idade entre sete e oito anos. As crianças teriam sido molestadas no sítio do padre, no interior do estado, e existem ainda casos recentes, informou a advogada Ana Carolina Campos Oliveira, que acompanha as vítimas.
“Eu fui procurada por uma das vítimas na semana passada. A partir disso, inúmeras vítimas começaram a me procurar…A maioria delas tinha entre sete e oito anos. Existem fatos muito antigos, que iniciaram na década de 80, e existem fatos recentes”.
O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil. O inquérito irá analisar possíveis crimes cometidos pelo padre Bernardino, que atualmente era pároco da paróquia Cristo Rei, no bairro Amazonas, em Contagem.
Entre as vítimas está advogada Carolina Rocha Freitas, que hoje tem idade de 30 anos e busca por justiça e narra que o abuso aconteceu no sítio do pároco, na cidade de Tiros.
“Eu tinha entre 7 e 8 anos quando aconteceu o abuso. Foi no sítio dele, na cidade de Tiros, no interior do estado. As crianças dormiam no quarto, todas juntas, No dia que aconteceu, minha mãe acordou cedo e saiu do sítio para resolver algo. Acordei com ele passando a mão no meu corpo, eu lembro do cheiro daquilo, sai correndo e me escondi. Quando minha mãe chegou eu contei, chorei desesperada”, relembrou Carolina a imprensa.

A vítima disse ainda que sua mãe chegou questionou o padre, na época, que por sua negou as acusações. Segundo Carolina na época algumas pessoas desencorajaram a mãe dela a prosseguir com a denúncia, contudo agora que adulta Carolina conseguiu acionar a Justiça.

“Foi a possibilidade de poder ver justiça e poder ver a condenação dele. Fomos caladas e desencorajadas por muito tempo, eu não estou sozinha. Aí eu consegui ter coragem para falar e motivar outras vítimas que elas procurem a via judicial, para que a gente consiga fazer ele pagar. Espero que ele não faça isso com mais ninguém, que ele passe o resto da vida dele na cadeia, é o que ele merece, ele é perverso”, disse Carolina.

Diante das denuncias a Arquidiocese se manifestou por meio de nota, informando que o ministro foi afastado de suas atividades e que, o caso seria investigado.
Confira um trecho da nota encaminhada:
“Informamos que, na quinta-feira passada, dia 18 de novembro, conforme o ATO Nº 25/ 2021, o padre Bernardino Batista dos Santos foi removido das atividades inerentes ao seu Ofício Pastoral.

Desde a semana passada, a Comissão Arquidiocesana para a proteção de Crianças, Adolescentes e Vulneráveis da Arquidiocese de Belo Horizonte já está em ação: diante da denúncia, imediatamente, iniciou trabalho que busca ouvir as autoras desses relatos, um processo de apuração interno que deve caminhar paralelamente, e em colaboração, com o trabalho de instâncias judiciais. Para preservar cada pessoa envolvida, sendo norma da Comissão, os trabalhos ocorrem em sigilo.

Por norma canônica de cautela, e enquanto ocorrem as apurações, o padre deixa de exercer seu Ofício Pastoral, até que sejam concluídos os trabalhos da Comissão Arquidiocesana para a proteção de Crianças, Adolescentes e Vulneráveis e das instâncias competentes no caso”.

Foto:Reprodução redes sociais
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