Esportes
Após rebaixamento, América deve deixar de ganhar mais de R$ 20 milhões em 2024
Além da diferença entre a arrecadação da Série A e da Série B, Coelho deixará de receber prêmios por desempenho em 2024
As finanças do América devem sofrer impacto importante por conta do rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro de 2024. Após três anos seguidos na elite nacional, a equipe americana volta à segunda divisão e precisará de ajustes para se adaptar à nova realidade no que diz respeito às receitas. Com informações de Itatiaia.
A diferença mais clara está nas competições a serem disputadas. Em 2023, o Coelho esteve no Campeonato Mineiro, na Copa do Brasil, na Série A do Brasileirão e na Copa Sul-Americana. Para 2024, seguem as disputas do Estadual e da Copa do Brasil, mas a Sul-Americana e a Série A “serão substituídas” apenas pela disputa da Série B.
Considerando as cotas fixas e as variáveis pelo desempenho, estima-se que a diferença de receita do América deve passar dos R$ 20 milhões, na comparação entre 2022 e 2023. Esse valor tende a ser ainda maior, tendo em vista, por exemplo, a premiação de mais de R$ 26 milhões pelas campanhas na Copa do Brasil e Sul-Americana, algo que não deverá se repetir em 2024.
Impacto da Série B nas finanças do América
Neste ano, o América recebeu cerca de R$ 26 milhões em cotas de televisão aberta e fechada da Série A. Por conta do rebaixamento, não haverá premiação extra por desempenho na elite nacional. Já no ano que vem, serão aproximadamente R$ 11,5 milhões em cotas da Série B, além de valores referentes às transmissões de Pay-per-view, conforme contrato com a empresa Brax até 2026.
Outra perda tem relação com a não participação em competições internacionais. Esses torneios não pagam cotas fixas, mas premiam por desempenho a cada fase avançada. Em 2023, por exemplo, o Coelho chegou às quartas de final da Sul-Americana e faturou cerca de R$ 13 milhões. O menor valor que o time poderia arrecadar na competição era de R$ 5 milhões, pago apenas pela presença na fase de grupos. Em 2024, esta receita importante não entrará nos cofres.
Por fim, restam as duas competições que serão disputadas em 2024, a exemplo do que ocorreu este ano: o Campeonato Mineiro e a Copa do Brasil. Em relação ao estadual, a divisão de cotas foi variável em 2023, mas será fixa na próxima temporada, com valores ainda não informados.
A competição nacional, por sua vez, não tem cota fixa, apenas premiação por desempenho. Entretanto, clubes da Série A recebem mais que os da Série B a cada avanço de fase, o que terá impacto natural nas contas do América.
Diferença nos balanços é alarmante
Além da diferença de valores relativa às cotas, o América mostra, por meio das demonstrações contábeis, como o rebaixamento é de enorme impacto nas finanças. Nos documentos, o clube trata as verbas como “receita de transmissão e de imagem e desempenho”, e em todas as comparações entre Série A e Série B, o valor cai mais de 50%.
‘Receita de transmissão e de imagem e desempenho’ anual do América desde 2017, conforme demonstração contábil
- 2022 (Série A): R$ 79,5 milhões
- 2021 (Série A): R$ 72,3 milhões
- 2020 (Série B): R$ 26,1 milhões
- 2019 (Série B): R$ 10,3 milhões
- 2018 (Série A): R$ 36,2 milhões
- 2017 (Série B): R$ 10,2 milhões
Vale lembrar que, além da diferença de cotas, o América sofrerá também com a queda de valores pagos por patrocínio e marketing, publicidade e demais valores variáveis conforme participação em outras competições, o que não vai acontecer em 2024 com a disputa da Série B.