Em entrevista coletiva concedida na tarde deste sábado (5), o superintendente de Polícia Técnico-Científica, Thales Bittencourt de Barcellos, informou que a necropsia de todos os corpos já foi feita. Os peritos constataram que a causa das mortes foi politraumatismo contuso.

“A dinâmica do acidente faz com que os objetos das pessoas, inclusive os documentos de identidade, se misturem. Então, é necessário muito cuidado no procedimento de identificação”.

Na manhã deste sábado, os corpos das vítimas – 13 homens e cinco mulheres – estavam no Instituto Médico-Legal (IML) de Belo Horizonte à espera de liberação e reconhecimento por parte das famílias.

Conforme a Polícia Civil, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) autorizou que o cartório de registro reative um posto avançado dentro do IML de BH para que as declarações de óbito sejam registradas dentro do instituto, evitando assim o deslocamento das famílias na cidade.

Motorista desaparecido 

Segundo o delegado Paulo Tavares, responsável pelo inquérito, o número correto de motoristas do ônibus ainda diverge entre dois e três. No entanto, sabe-se que um deles foi confirmado entre os mortos e outro segue desaparecido.

“São informações contraditórias. Um motorista, com certeza, faleceu no local. Outro motorista, praticamente, o identificamos, mas temos que ter o cuidado necessário de não imputar essa identificação a uma pessoa, já que, basicamente, pode ser feita por questões testemunhais”, explicou.

Caso o condutor seja localizado, ele pode responder pelo crime de causar acidente e fugir do local, como previsto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

O acidente

O ônibus vinha de Mata Grande, em Alagoas, com direção a São Paulo. Ao passar por um viaduto no km 350 da BR-381, local conhecido como Ponte Torta, o veículo perdeu tração, iniciou um movimento de ré e começou a descer, já que a pista tem inclinação de quatro graus.

Sem controle, o ônibus invadiu a pista da esquerda, bateu na mureta da ponte e caiu. O primeiro impacto ocorreu a 26 metros do chão, quando a parte traseira tocou a ribanceira. Depois, o veículo girou e bateu com a parte frontal nos trilhos da Estrada de Ferro Vitória-Minas, da Vale, a 34,5 metros da ponte, e se incendiou.

Antes da queda, seis pessoas, entre elas o motorista, conseguiram saltar do ônibus e se salvar. As causas do acidente, porém, não foram confirmadas pela Polícia Civil. Laudos técnicos da perícia serão necessários para indicar os motivos da ocorrência.

Segundo a perita criminal Daniella Rodrigues Caldas Leite, todos os levantamentos possíveis foram feitos, entre eles fotografias e medições. “Todos os elementos foram coletados. Exames complementares estão sendo realizados, para analisar uma possível falha mecânica no veículo”

O velocímetro do automóvel foi retirado e será analisado, para averiguar se o motorista corria na hora do acidente.

  • Fonte: Hoje Em Dia