Saúde
Ao menos 170 pessoas já morreram por diarreia aguda em Minas Gerais em 2023, saiba como prevenir
A diarreia aguda pode ser prevenida com vacinação, mas cobertura vacinal está abaixo dos níveis indicados no estado
Apenas em 2022, Minas Gerais registrou meio milhão de casos de diarreias agudas e pelo menos 34 óbitos em crianças menores de cinco anos em decorrência à infecção. Em 2023, até o momento, foram notificados mais de 220 mil casos de diarreia no estado, com 170 óbitos, sendo nove deles crianças. Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). Com informações de Itatiaia.
Doenças diarreicas agudas são causadas por vírus, bactérias ou parasitas e a principal preocupação é com a desidratação do paciente. A diarreia pode ser evitada, especialmente a partir da vacina do rotavírus. Entretanto, a cobertura vacinal tem caído nos últimos anos, e em 2022 atingiu apenas 83% da população, quando a meta do Ministério da Saúde é de 90%.
“São mortes que podem ser prevenidas por meio de assistência oportuna, com manejo clínico do paciente de forma adequada, vacinação e educação em saúde para favorecer boas práticas. Outras vacinas, como a contra o sarampo e a contra hepatite A também podem proteger contra essas doenças quando associadas à diarreia. É importante ressaltar que a vacinação não apenas reduz a incidência de casos graves, mas também pode salvar vidas”, explica Michely Aparecida de Souza, referência técnica em Toxoplasmose e Rotavírus da coordenação dos Programas de Vigilância de Doenças Transmissíveis Agudas da SES-MG.
Em 2023, até o momento, a cobertura vacinal para o rotavírus atingiu 79,96%, enquanto a do sarampo teve uma cobertura de 86,85% para a primeira dose, e a da hepatite A 83,21%.
Sintomas da diarreia aguda
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Ao menos três episódios de diarreia em um período de 24 horas;
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Aumento do número de evacuações;
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Diminuição da consistência das fezes;
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Sangue nas fezes;
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Náuseas e vômitos;
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Dores abdominais;
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Febre;
Segundo a referência técnica Michely Aparecida de Souza, o comum é que os sintomas durem cerca de 14 dias, mas podem se tornar mais graves em crianças desnutridas, com baixo peso e com condições crônicas de saúde. O diagnóstico é clínico e deve ser feito por um médico, e em alguns casos, o diagnóstico pode exigir investigação laboratorial para identificação do agente causador. Em caso de sangue nas fezes ou desidratação, é essencial procurar um serviço de saúde com urgência.
O tratamento é feito, principalmente, com hidratação profunda, seja por meio de soros orais ou fluidos intravenosos. Em caso de crianças menores de 5 anos, a técnica ressalta que é mais importante ainda procurar assistência médica, e não tratar o caso como uma dor de barriga comum.
Prevenção e vacina
A principal prevenção à diarreia aguda é a vacinação. Além disso, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais promove monitoramento de casos e surtos e investigação epidemiológica para evitar a contaminação em massa.
Unidades básicas de saúde, centros de saúde e equipes de saúde da família podem auxiliar os pais para atualizarem o cartão vacinal de seus filhos e dar orientações de como prevenir e tratar casos de diarreia aguda.
A vacina contra o rotavírus humanos é recomendada para crianças aos 2 e 4 meses de idade. A primeira dose pode ser administrada a partir de um mês e 15 dias até 3 meses e 15 dias. A segunda dose pode ser administrada a partir de três meses e 15 dias até sete meses e 29 dias, mantendo o intervalo mínimo de 30 dias entre as doses.
A vacina contra o sarampo é a tríplice viral, que também protege contra a caxumba e a rubéola. Ela deve ser administrada em duas doses, uma aos 12 meses e a outra aos 15 meses. Já a vacina contra a hepatite A está disponível para crianças a partir de 15 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias.