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Assédio sexual


Alunas da PUC denunciam professor por suposto assédio sexual

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Alunas do curso de Medicina Veterinária da PUC Minas – Praça da Liberdade -denunciam um professor das disciplinas de Nutrição e Bovinocultura de Leite por assédio sexual. As informações são da Itatiaia.

Uma estudante do 9º período, de 24 anos, que pediu para não ser identificada, afirmou que foi aluna do professor entre o 6º e 8º períodos e que, nesse último, a situação ficou “insustentável” a ponto dela não conseguir mais assistir às aulas e acabar sendo reprovada na disciplina.

“Decidi romper o silêncio diante da falta de empatia da direção da universidade para ouvir nossas queixas, dos relatos de alunas que passaram por situações semelhantes e do pânico de ter que repetir a matéria no próximo semestre com essa mesma pessoa que tanto constrangimento me causou”, afirma. Na quarta-feira (16/11), cerca de trinta alunas fizeram um protesto na porta da faculdade. Carregando faixas e cartazes, elas gritavam frases como: “Queremos educação, assédio não” ou “mexeu com uma, mexeu com todas”.

A estudante que fez a denúncia contou à Itatiaiaque o assédio começou ainda durante a pandemia, durante as aulas on-line, quando o professor frequentemente elogiava sua foto do perfil e chamava por ela a todo momento. “Nessa época, já comecei a sentir uma certa preguiça da aula dele”.

Algum tempo depois, a jovem teve uma dúvida relacionada a um trabalho, na fazenda de um primo, e enviou mensagem ao docente. O professor disse que responderia, mas antes gostaria de saber se ela tinha namorado. “Se você tiver, não vou responder”, teria dito ele. “Meio perplexa, sem entender direito, respondi que não tinha. Então, ele me respondeu de forma muito profissional. Mas, cinco minutos depois, se ofereceu para ir à fazenda do meu primo comigo com a desculpa de ‘ver a situação de perto’ e ainda acrescentou: “se considere de sorte, viu? Porque normalmente, eu cobro um valor alto para prestar esse tipo de consultoria”. A estudante disse que, temendo represálias, respondeu que ‘depois combinariam’.

A partir daí, ele teria cobrado com insistência para ir à fazenda e feito insinuações: “gostaria de trocar de lugar com esse cachorro que está com você aí na foto para que você me abraçasse como abraça ele” ou oferecendo estágios na área da bovinocultura: “sei que você prefere cavalos, mas vou fazer você gostar de vacas. Você precisa ter outras experiências. Mas para isso, seus pais vão ter que deixar você dormir fora porque a fazenda fica longe e talvez você tenha até que dividir comigo o mesmo quarto e a mesma cama”, teria escrito.

A partir daí, a aluna começou a responder apenas que o “sinal estava ruim” e que não estava conseguindo responder.

Segundo a jovem, no retorno às aulas presenciais ela notou olhares do professor, que se posicionava perto de sua carteira. “Algumas vezes, ele colocava a mão no meu ombro e fazia massagem. Foi quando comecei a não conseguir mais frequentar as aulas dele e acabei sendo reprovada”.

A reportagem da Itatiaia entrou em contato com o professor para que ele se manifestasse a respeito, mas ele visualizou a mensagem e ainda não respondeu às solicitações.

Resposta da PUC

Procurada pela reportagem da Itatiaia, a PUC Minas enviou a seguinte nota de esclarecimento:

“A PUC Minas esclarece que está atenta à mobilização de alunos em função de denúncia, surgida nas redes sociais, de assédio por parte de um professor contra uma aluna da Universidade. No entanto, deixa claro que suspeitas graves como esta requerem a devida apuração e sustentação por fatos e, especialmente, que as denúncias sejam formalizadas, com os denunciantes tendo o direito de valerem-se do sigilo que lhes dá proteção e que é garantido pela Instituição.                                         

A Universidade entende que situações como esta podem impactar a integridade moral e a dignidade das pessoas envolvidas e que, por isso mesmo, deve cercar-se de todos os cuidados e protocolos institucionais para que não haja nem impunidade, que significaria a persistência de práticas inaceitáveis, nem condenações prévias, que podem transformar injustamente suspeitos em vítimas.

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