Defesa civil
Águas das chuvas podem transmitir doenças como leptospirose e hepatite; veja como se prevenir
De acordo com Flávia Cruzeiro, médica e referência técnica do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS-Minas), um dos principais problemas é a leptospirose.
Entre os principais sintomas da doença estão febre, dor de cabeça, mal estar, náuseas, vômitos e diarreia.
“É fundamental que a pessoa procure um médico e informe que teve contato com a água da chuva contaminada. Assim, ela poderá realizar os exames necessários e o tratamento acompanhado por um especialista”, orienta.
Outra doença é a Hepatite A, que é provocada por um vírus e a transmissão acontece por meio da ingestão da água e alimentos contaminados ou contato com fezes de pessoas contaminadas.
“É comum principalmente em áreas sem rede de esgoto adequada e os principais sintomas são febre, dor abdominal, diarreia, fezes com cor clara e tom amarelado na pele ou na parte branca do olho”, diz.
Nessas áreas sem tratamento de esgoto também é comum o surgimento das diarreias agudas, que podem ser provocadas tanto por vírus quanto por bactérias.
“Também ocorrem por ingestão de água e alimentos contaminados e, apesar de parecer inofensivas, podem ser graves em crianças e pessoas com desnutrição. A diarreia aguda ocorre quando há três ou mais evacuações líquidas ou amolecidas em um período de 24 horas”, esclarece.
Aedes aegypti
Nesta época do ano, na qual há uma mistura de chuvas e temperaturas elevadas, também há aumento do risco para os casos de dengue, zica e chikungunya, doenças que são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
“Após as chuvas, é fundamental monitorar locais que possam acumular água e virar criadouro de mosquitos – como ralos, calhas, vasos de plantas, pneus e bebedouros de animais de estimação. Cerca de 80% dos criadouros do mosquito estão dentro das residências”, aponta.
Além das doenças, Flávia também alerta que o período das chuvas podem aumentar o risco de ataques de animais peçonhentos, como cobras e escorpiões.
“O forte fluxo de água tira esses animais de seus esconderijos e os leva para locais onde transitam pessoas. Caso ocorra uma picada, é fundamental se dirigir até uma unidade de saúde para receber o soro fisiológico”, afirma.
Confira as principais dicas para evitar as doenças:
- Evite ao máximo ter contato com a água de enxurradas e inundações
- Caso o contato seja inevitável, permaneça na água pelo menor tempo possível
- Lave as mãos com água e sabão caso tenha contato com a água
- Use luvas, botas e sacos plásticos
- Evite que crianças brinquem ou nadem em enxurradas e regiões com água parada
- Descarte alimentos e medicamentos que tenham tido contato com água de enxurrada
- Após a ocorrência de enchentes, limpe o ambiente e utensílios com água, sabão e água sanitária
