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Violência Contra Mulher

‘Agosto Lilás’: campanha é lançada no combate à violência contra a mulher em MG

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Um empurrão, um aperto no braço, o celular jogado na parede, ofensas, ameaças e a “obrigação” de manter relações sexuais. A violência no ambiente doméstico contra mulheres pode começar nos pequenos gestos até chegar ao feminicídio consumado. É necessário denunciar, pedir ajuda. Na manhã desta segunda-feira (2), a Polícia Militar de Minas Gerais lançou a Campanha de Prevenção à Violência Doméstica – Agosto Lilás para ajudar as vítimas. Neste mês, a Lei Maria da Penha completa 15 anos.

Um dos lançamentos foi realizado na 2ª Região de Polícia Militar em Contagem. A unidade atende 18 municípios da região metropolitana de Belo Horizonte, como Betim, Ribeirão das Neves, Ibirité, Sarzedo, Juatuba, entre outros. Só nos seis primeiros meses deste ano foram realizadas 10.565  visitas às vítimas, 351 autores foram notificados e 27 acabaram presos. Em todo o ano de 2020 foram 27 presos.

“O Agosto Lilás veio junto com a promulgação e sanção pelo governo federal da Lei Maria da Penha, em 7 de agosto de 2006, onde criou-se mecanismos de combate e prevenção a todos os tipos de violência doméstica. Por todo este mês são feitas ações de prevenção, orientação para as vítimas, reuniões com a rede de enfrentamento à violência doméstica que existe nos municípios”, explicou a tenente-coronel Daisy Ferrarezi, comandante da 2ª  Companhia de Prevenção à Violência Doméstica.

A militar destaca que o trabalho é realizado o ano inteiro e intensificado neste período. Famílias que passam por dificuldades financeiras também podem receber cestas básicas, operações preventivas serão realizadas em pontos principais das cidades. Por parte da Polícia Militar, a atuação no combate à violência acontece em duas situações. A primeira é no contato pelo telefone 190 , momento em que é acionada a viatura.

“Posteriormente, quando a gente pega diariamente os registros de violência doméstica, fazemos uma avaliação dos casos e realizamos a visita. Fazemos orientações, apresentamos a Lei Maria da Penha, fazemos o encaminhamento aos órgãos que integram a rede de proteção de violência doméstica, orientamos sobre os direitos. Mostramos também os deveres do autor”, detalhou a policial.

Muitas vezes, as mulheres temem denunciar. A ,tenente-coronel alerta que é necessário criar coragem. “Se ela tem medo de ligar para o 190 ou se o autor fica vigiando ela o dia todo, o governo federal lançou uma campanha semana passada do ‘sinal vermelho’. Quando a mulher chegar com um ‘X’ vermelho na mão todo mundo já vai saber que ela está denunciando a violência doméstica, que é silenciosa. Se o vizinho viu, se passou na rua e viu uma mulher sendo violentada, pode fazer a denúncia”, afirmou a tenente-coronel.

As denúncias podem ser feitas pelos telefones 190 e 181. O denunciante não precisa se identificar.

 

Saiba se você é vítima de violência doméstica

São cinco tipos de violência contra a mulher. Situações que podem parecer “de rotina”, mas é crime. Veja a lista divulgada pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos:

Violência física: ações que ofendam a integridade ou a saúde do corpo como: bater ou espancar, empurrar, atirar objetos na direção da mulher, sacudir, chutar, apertar, queimar, cortar ou ferir

Violência psicológica: ações que causam danos emocionais e diminuição da autoestima, ou que visem degradar ou controlar seus comportamentos, crenças e decisões; mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir, ou qualquer outro meio que cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação

Violência sexual: ações que forcem a mulher a fazer, manter ou presenciar ato sexual sem que ela queira, por meio de força, ameaça ou constrangimento físico ou moral

Violência patrimonial: ações que envolvam a retirada de dinheiro conquistado pela mulher com seu próprio trabalho, assim como destruir qualquer patrimônio, bem pessoal ou instrumento profissional

Violência moral: ações que desonram a mulher diante da sociedade com mentiras ou ofensas. É, também, acusá-la publicamente de ter praticado crime. São exemplos: xingar diante dos amigos, acusar de algo que não fez e falar coisas que não são verdades sobre ela para os outros.

 

Fonte: O Tempo

Foto: Uarlen Valério/O Tempo

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