Acho que ele leu Maquiavel

Bom, em se tratando de Nova Serrana a grande dúvida que fica a cada dia mais latente em nossas mentes está relacionada a briga pelo executivo municipal. Estamos a poucas semanas do fim do prazo das convenções coletivas, a pouco menos de três meses das eleições, e até agora o cenário não está efetivamente definido.

Ao contrário do que acontece em Divinópolis, onde já temos aproximadamente 10 pré-candidatos, em Nova Serrana, Euzebio Lago, atual prefeito, Fabio Avelar, atual deputado estadual e Paulo Cesar de Freitas, ex-prefeito são os nomes mais fortes para um possível embate eleitoral.

Lazaro Camilo, Willian Barcelos e Pefinho, são outros três nomes que figuram como pré-candidatos, tendo ainda claro, aqueles que usam de artimanhas, para se lançarem como pré-candidatos a composição de chapas, sem ser nem mesmo dentro de sua casa, um nome plausível.

A questão não está relacionada ao atual prefeito, tão pouco aos três nomes citados no parágrafo anterior, Euzebio é barbada, Lazaro, Willian e Pefinho, aguardam definições e são os azarões. A dor de cabeça está relacionada a Fábio Avelar e Paulo Cesar de Freitas.

Nosso colunista Osvaldo de Evora, foi esculachado nas redes sociais e provocou ligações dos mais distintos políticos, quando afirmou que Fábio não seria candidato. Paulo, conforme apontou a pesquisa divulgada pela TV Alterosa, está longe de ser um nome preferido, até porque, tem questões judiciais a serem mais uma vez arrotadas pelos opositores durante o pleito.

No entanto, ao analisar o que disse nosso colunista, percebemos que no fundo tudo faz muito sentido. Nessa analise chegamos a conclusão de que Fábio, deve efetivamente ter lido as obras de Maquiavel.

O deputado está dando um nó no cenário político, efetivamente ele é o que mais tem a perder nessa eleição. Veja bem, com um percentual superior a 50% de aprovação da gestão, somados a pouco mais de 25% que entendem como regular a atual gestão, o atual prefeito vai forte, com a máquina na mão, em busca da reeleição.

Fábio além de gerar para alguns a insatisfação de deixar o cargo de deputado, “atrapalhando”, os interesses industriais no estado, como também a busca de recursos, caso perca uma eleição que no fundo se mostra até muito favorável para o atual prefeito, voltará para a cadeira de deputado, desprestigiado, e com certeza sem o apoio de boa parte de seu eleitorado de Nova Serrana, para a próxima eleição de deputado estadual ou federal.

Com tal risco exposto, Fábio se aproximou de seus possíveis inimigos e travou ambas as partes. Paulo Cesar, nome mais que presente como oposição mais do que declarada contra o atual prefeito, se vê como parte desse grupo que tem o nome de Fábio como o único que pode fazer realmente frente a reeleição de Euzebio.

Já quanto a situação, depois de algumas indiretas lançadas, Fabio colocou o prefeito e seu grupo debaixo do braço. Participou de todas as inaugurações, fala direto com o prefeito e o tem como “parceiro”, não sendo atacado de forma alguma pelo grupo militante e fidedigno da realeza.

Assim Fábio impede de que os opositores promovam algum nome, que mesmo tarde, se torne um risco em uma briga eleitoral, e por outro lado, faz com que a administração o trate, com a cordialidade que é necessária para que seu nome continue sendo isento de ataques pelos militantes.

Dessa forma, seguindo a arte da gestão, do governo, de forma tão maquiavélica, no bom sentido da expressão, a política de Nova Serrana segue sendo controlada (subliminarmente), pelo nome do deputado que ao mesmo tempo que ganha força entre os opositores, até porque não da tempo para fazer mais nada, se coloca em posição estratégica para pesquisar, tratar sua estratégia e no fina da história tentar sair o mais ileso, ou melhor, o mais forte
possível dessa bagunça política.

Queremos ainda lembrar ao deputado a famosa frase de Maquiavel “O desejo de conquistar é realmente muito natural e comum; e, sempre que os homens conseguem satisfazê-lo, são louvados, nunca censurados; mas, quando não conseguem e querem satisfazê-lo de qualquer modo, é que estão em erro, e são merecedores de censura”.

Sendo assim, o pensamento estratégico deve avaliar cautelosamente o que há de vir afinal, caso não ocorra os riscos de se ter um impacto negativo a ponto de prejudicar uma carreira política que ainda tem muito a dar para nossa cidade e nesse sentido encerramos novamente com Maquiavel, que sabiamente afirmou “Os homens prudentes sabem sempre tirar proveito dos atos a que a necessidade os constrangeu”.