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Abate de frango cresce 4,7% em MG

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Demanda externa aquecida e preços mais acessíveis no País são fatores que contribuíram para o aumento do abate de frangos | Crédito: Paulo Whitaker/Reuters

Levantamento do IBGE também apontou alta no segmento de bovinos no primeiro trimestre

Os preços mais acessíveis no mercado interno e a demanda externa aquecida, ao longo dos primeiros três meses de 2023, estimularam o abate de frangos em Minas Gerais. No período, a alta foi de 4,7% em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a um total de 119,4 milhões de aves abatidas. Com informações de Hoje em Dia.

Ainda que em menor escala, também foi registrada alta no abate de bovinos, 0,7%. Já o volume de leite adquirido pelas indústrias e o abate de suínos encerraram o intervalo com quedas de 5,3% e 1,4% ante o primeiro trimestre de 2022, respectivamente.

Os dados são da Pesquisa Trimestral do Abate de Animais divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em relação ao abate de frangos, entre janeiro e março, no Estado, foi visto aumento de 4,7% ou 5,35 milhões de cabeças a mais, que somaram 119,4 milhões de aves, ante as 114,07 milhões registradas anteriormente. O peso das carcaças apresentou aumento de 8,7%, chegando a 260,23 mil toneladas.

O aumento das exportações de carne de frango é um dos fatores que contribuíram para o resultado positivo. De acordo com as informações do IBGE, as exportações foram beneficiadas pela redução da oferta de outros países exportadores impactados pela gripe aviária.

No primeiro trimestre, Minas Gerais embarcou 50,6 mil toneladas de carne de frango, volume que cresceu 23,6%, com o embarque de 9.659 toneladas a mais que as 40,9 mil toneladas embarcadas entre janeiro e março de 2022.

De acordo com o analista das Estatísticas da Produção Pecuária do IBGE, Bernardo Viscardi, a demanda do mercado interno também contribuiu para o resultado positivo no abate de frangos. Em nível nacional, o abate de frangos subiu 4,9%.

“Os preços mais acessíveis da proteína de frango no mercado interno e o mercado externo aquecido convergiram para esse resultado positivo”, disse.

Bovinocultura

Entre janeiro e março, Minas Gerais também abateu mais bovinos. Os dados do IBGE mostram que, no Estado, foram abatidas 648 mil cabeças, resultado 0,7% superior frente ao primeiro trimestre do ano passado, quando o abate somou 6430,5 mil cabeças. O peso das carcaças ficou 3,7% menor, atingindo 158.382 toneladas.

Os resultados de Minas Gerais e do Brasil (no País, o abate de bovinos cresceu 4,8%), poderiam ter sido melhores. Mas a suspensão das exportações para a China, vigente entre os dias 23 de fevereiro e 23 de março, por conta de um caso de encefalopatia espongiforme bovina atípica identificado, contribuiu tanto para a queda nas exportações como na redução da atividade ao longo desse período.

No Estado, ao longo dos primeiros três meses de 2023, foram embarcadas 36,49 mil toneladas de carne bovina, volume que retraiu 14,8% frente ao registrado em igual período do ano anterior. Com o embargo chines, foram 6,34 mil toneladas a menos destinadas ao mercado internacional.

Quedas

Ao contrário das produções de bovinos e aves, o abate de suínos encerrou o trimestre com resultado negativo. No período, foram 22,67 mil cabeças a menos, somando 1,64 milhão de suínos. A queda no abate ficou em 1,4% se comparado com as 1,54 milhão de cabeças de suínos abatidas no primeiro trimestre do ano anterior. O peso das carcaças, 147,9 mil toneladas, cresceu 2,2% no intervalo.

Minas Gerais exportou 3,35 mil toneladas de carne suína, aumento de 1,4% frente ao primeiro trimestre de 2022. O principal destino da carne suína mineira é a China.

Os desafios enfrentados na cadeira leiteira fizeram com que a produção de leite no primeiro trimestre, em Minas Gerais, ficasse menor. Segundo o IBGE, durante os primeiros três meses do ano, o preço médio pago ao produtor apresentou uma tendência de alta, enquanto as importações alcançaram patamares recordes para o período.

Ao todo, foram 80,82 milhões de litros de leite captados a menos pelas indústrias no primeiro trimestre, gerando uma aquisição de 1,43 bilhão de litros. Frente aos 1,51 bilhão registrados no mesmo período de 2022, a queda chegou a 5,3%.

Mesmo com a retração, Minas Gerais continuou liderando o ranking de aquisição de leite, com 24,4% da captação nacional, seguida por Paraná (14,2%), Rio Grande do Sul (12,6%) e Santa Catarina (12,3%).

“Apesar da redução dos custos e melhoria dos preços pagos aos produtores nos primeiros meses do ano, o setor vem de um cenário de dificuldade relacionada ao fenômeno La Ninã e retornos pouco compensatórios, o que desestimulou a atividade agora”, disse o analista das Estatísticas da Produção Pecuária do IBGE, Bernardo Viscardi.

Já a  produção de ovos, no Estado, somou 88,7 milhões de dúzias, variação positiva de apenas 0,4%. No período, o efetivo de galinhas caiu 0,5%, somando 15,7 mil aves.

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