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A novidade não é o “novo”

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A eleição municipal esse ano – que em função da pandemia deve ocorrer no dia 15 de novembro, primeiro turno, e no dia 29 de novembro, nas cidades em que há segundo turno – promete ser uma incógnita.

Na eleição de 2018 – quando foram eleitos presidente, governadores, senadores e deputados – o discurso que ajudou a eleger muitos políticos foi o rompimento da “velha” política e ascensão do “novo”.

Na esteira da operação Lava Jato, que investigou políticos de diferentes matizes ideológicas, o discurso anticorrupção foi bandeira levantada por muitos. O ápice dessa onda do pleito de 2018 foi a eleição do presidente Jair Bolsonaro. Até então um modesto deputado federal do baixo clero do Congresso Nacional.

Bolsonaro, com seu discurso agudo, estridente e bélico, absorveu a insatisfação da maioria da população naquele momento, e com uma plataforma conservadora se elegeu como a grande novidade da política brasileira e a reboque levou com ele outros tantos políticos que também se apropriaram do seu discurso.

Esse ano as eleições são municipais. Diferente de 2018, tendem a ser ainda mais intensas, pois vão eleger prefeitos e vereadores, que são aqueles que estão mais próximos da população e, portanto, impactam diretamente na vida de todos. Nesse momento, a grande pergunta que se faz é: o discurso do “novo” ainda cola? Ou ele se mostrou mais do mesmo?

O fato é que muitos daqueles que há quase dois anos foram eleitos com esse discurso estão em situações embaraçosas. Flagrados, até, em casos de corrupção. Basta ficar atento ao noticiário em que os casos pipocam. Tem político aproveitando da pandemia para desviar recursos.

Se a campanha eleitoral formal ainda não começou, nas redes sociais ela anda pegando fogo. O que espanta é o tom. Tem pré-candidato que só grita e faz cara feia e a única plataforma política que apresenta é falar mal de quem está no poder. Objetivando, lógico, estar nessa posição em breve.

A boa política pressupõe uma série de atitudes como diálogo, conciliação e até mesmo concessões dentro das regras do jogo democrático.

Qualquer candidato que só grita e esperneia terá dificuldades

de vingar. E estará fadado a ser mais do mesmo ou pior.

Há uma grande diferença em ser executivo e legislativo. Nem todo mundo tem capacidade de administrar, o que além de contar com uma boa equipe, exige do postulante ao cargo de prefeito uma visão ampla e grande capacidade de articulação. Não só com sua base, mas com toda a sociedade.

No que se refere à função de vereador o cargo exige muito mais do que ser apenas popular ou uma modinha nas redes sociais. Tem que saber fiscalizar e propor e aprovar projetos sadios à população. Câmara não é picadeiro.

Enfim, os pré-candidatos a prefeito ou a vereador terão que atualizar seus discursos. Talvez a modinha do “novo” tenha ficado démodé. Para gritaria e baixaria nem todo mundo tem paciência.

A hora é de elevar o nível dos debates e do homem público. A começar pelo respeito ao eleitor.

  • RODRIGO DIAS é jornalista e web poeta, há mais de duas décadas trabalha no mercado de comunicação. Formado em Publicidade e Propaganda, também atua como assessor de comunicação.

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