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A lição do formigueiro!

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Hoje fiquei pensando até onde vai o nosso poder de organizar a nossa própria casa. Além dos cuidados com a limpeza, muita gente se depara com outros pequenos problemas que se tornam enormes, quando não temos uma solução definitiva para eles, como, por exemplo, as pequeninas formigas de doce.

Elas invadem pias, na cozinha e banheiros, marcos de janelas, tomadas de energia, frestas e quebras de azulejos e estão sempre presentes gerando a sensação de moradoras eternas em nossos lares.

Tenho uma amiga, que vem tentando um “acordo” com essas criaturinhas, mas em vão. Com as lagartixas parece ter dado certo. Mas, por mais que ela tenta impedir os ataques das formiguinhas, elas parecem sempre vencer.

Estou crendo, que somos a parte vencida nessa luta diária. Formigas caseiras são muito mais organizadas e obedecem a apenas um comando: o da rainha! Todos os dias elas estão lá, passeando nos mesmos lugares que anteriormente foram furiosamente eliminadas por tapas, panos de cozinha, vassouras ou qualquer objeto ao nosso alcance.

É incrível o tamanho da persistência delas, que aparentemente possuem um “pelotão” do sacrifício para que outras consigam conquistar seus objetivos.

Um prato com um delicioso brigadeiro, mesmo caprichosamente coberto por plástico, não é capaz de detê-las. Tão pouco é eficiente lacrar as embalagens ou limpar pias e mesas com querosene ou qualquer inseticida.

As formigas estão sempre lá e parecem brotar das superfícies de madeira, granito, metal ou tecido. Vendo essa engenhosa organização fico pensando, se fôssemos nós os invasores dos formigueiros instalados por esse mundão de meu Deus?

Tenho certeza, que juntas, as pequeninas formigas rapidamente nos expulsariam e vencidos não teríamos para onde ir. Elas (as formigas) liquidariam as nossas intenções. Formigas se unem, se integram, se envolvem num objetivo comum até conquistá-lo.

O pior é que nunca aprendemos essa lição da natureza. Estamos sempre nos digladiando por opiniões, escolhas ou pessoas que nos encantam com argumentos sem fundamento. Imagino, que a ordem dada pela rainha é uma só: “vão lá e tragam o que conseguirem para sustentar nossa colônia. Sejam intransigentes no objetivo e transigentes nas táticas!”

Se nós, humanos, tivéssemos esse entendimento sobre o que é importante para a nossa sobrevivência, com certeza não estaríamos confinados em nossas casas em luta com as formigas. Caso fôssemos um pouco mais humildes em reconhecer o que é melhor para todos, jamais iríamos usar dinheiro público para o bem da “nossa colônia”, destinado para a compra de respiradores, que salvam vidas, para aumentar as contas bancárias de alguns e assim, a corrupção não existiria em nossa sociedade.

O interessante neste pensamento é que a história se repete todos os dias em nossas casas e, ainda, achamos que somos superiores àquelas criaturinhas de seis pernas, que caminham sempre juntas, em fila, organizadamente em busca de seus objetivos.

Vejo, também, que frente a qualquer ameaça as formigas se espalham dificultando nossa estratégia de ataque, confundindo nossas ideias e retornando na calada da noite para continuarem a missão por ordem da rainha.

Quem está certo? Quem insiste em cometer os mesmos erros? Imagino que a falta de influências de uma mídia insana pela conquista das nossas opiniões pode estar fazendo as formigas superiores à nossa raça, porque na dúvida brigamos entre nós e elas não.

Enquanto isso, além do brigadeiro elas descobrem outras guloseimas para levarem ao formigueiro, alimentar a rainha e fazerem a festa, que pelo jeito, nunca teremos esse prazer!

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