Economia
Importação sem taxa até US$ 50 é ‘competição desleal’, diz Nadim Donato
Presidente da Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio-MG) pontuou, em entrevista ao “EM Minas”, que modelo de venda prejudica os negócios locais
O presidente da Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Sesc e Senac, Nadim Donato, expressou preocupação com a importação de produtos comprados pela internet de até US$ 50, que atualmente não possuem tributação. Em entrevista ao programa “EM Minas”, da TV Alterosa, Estado de Minas e Portal UAI, deste sábado (7/10), o empresário reconheceu o direito do consumidor em procurar o melhor produto ao melhor preço, mas ressaltou os danos ao comércio local. Com informações de Estado de Minas.
“O consumidor sempre vai buscar o que é melhor para ele, e assim é natural. Eu vou fazer uma conta rápida: US$ 50 seriam R$ 250, só que R$ 250 em um produto de loja física são com impostos, esses US$ 50 é sem imposto de importação. Ele deveria ter 60% de imposto de importação mais 17% do ICMS do Estado. Esses US$ 50 no final virariam quase R$ 500, quase o dobro, então é uma competição desleal com o comércio local e eu não tô falando só de Minas Gerais, é do Brasil. Esse é um problema que o governo federal tinha que resolver”, disse.
O empresário ainda lembrou do programa lançado pela Receita Federal, que tenta regularizar o comércio de produtos estrangeiros. Chamado de “Remessa Conforme”, o modelo mantém a isenção de imposto de importação, mas determina a cobrança da alíquota de 17% do ICMS. Gigantes do mercado internacional, como a chinesa Shopee, passaram a aderir ao programa.
Nadim Donato reforça que o programa tem o intuito de fiscalizar o comércio internacional,, mas pelos moldes que as compras são feitas hoje, o modelo tem sido insuficiente. “O correto é que o Governo Federal estabeleça que, em qualquer compra lá fora, se pague os impostos. Mesmo assim, o consumidor vai ter vantagem, porque mesmo pagando os impostos de importação e o imposto do estado ele vai comprar mais barato, porque não tem toda aquela margem de uma loja física”, emenda.
O empresário ainda expressou preocupação com o impacto na empregabilidade do setor de comércio, bens e serviços no Brasil. “Para nós, infelizmente estamos deixando de dar emprego aqui no Brasil, para dar emprego fora e deixando lojas fechadas. Agora, as grandes redes são um pouco mais preparadas, isso tá indo em cima de quem? Da pequena e média empresa que é a que mais emprega”, completou.
O programa “EM Minas” é transmitido para todo o estado pela TV Alterosa às 19h30 de sábado. Cada episódio é dividido em três blocos, sendo dois transmitidos na televisão e um terceiro bloco exclusivo no YouTube do Portal Uai, onde todos os programas poderão ser vistos na íntegra.
Aos domingos, a entrevista completa estará disponível no portal e no jornal impresso do Estado de Minas. O público também pode conferir matérias com os principais destaques no portal do EM e do Uai.