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Saúde

Dengue: casos suspeitos em Minas se aproximam de 400 mil em 2023

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No inverno, é o momento ideal pra colocar a prevenção em prática - Créditos: Fernando Frazão/ Agência Brasil

Minas acumula 122 mortes pela doença; 131 estão casos estão sendo investigados

Quase 400 mil casos suspeitos de dengue já foram registrados neste ano em Minas Gerais. O dado é da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), que ainda contabiliza 122 mortes pela doença e investiga outras 131. Com informações de Itatiaia.

Segundo o último levantamento atualizado, a cidade que acumula o maior número de óbitos pela dengue é Uberlândia com nove confirmações.  Em seguida, estão: São Sebastião do Paraíso (8), Passos (7) e Patos de Minas (7).

Na última sexta-feira, Belo Horizonte confirmou mais uma morte, totalizando oito em 2023. O número ainda não foi contabilizado pela SES-MG, que divulgará novo boletim na próxima terça (27). Neste ano, foram confirmados 8.004 diagnósticos de dengue na capital. Ainda há 10.914 casos aguardando o resultado dos exames.

Apesar da frequência com que são registrados os surtos da doença, e o fato de muita gente a encarar como uma enfermidade simples, a dengue pode evoluir para formas mais graves. Pensando nisso, a reportagem da Itatiaia conversou com o médico infectologista e presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano.

Quando procurar um médico

Febre alta, dor no corpo e articulações; dor atrás dos olhos; mal-estar; falta de apetite; dor de cabeça e  manchas vermelhas no corpo. “Esses são sintomas iniciais, mas importantes para procurar um primeiro atendimento”, disse o especialista.

A fase crítica tem início com o declínio da febre — período de defervescência — , entre o 3° e o 7° dia do início de sintomas.  “Os sinais de alarme são dor abdominal intensa; vômitos persistentes e  sangramento. Isso significa que houve uma evolução para a forma mais grave da doença”, afirma.

Pra garantir o melhor tratamento, o essencial é que o diagnóstico seja realizado o mais cedo possível. Estevão explica como ocorre a evolução dos casos. “A dengue hemorrágica é uma evolução desfavorável dos casos de dengue clássica. Então, alguns indivíduos vão evoluir mal e esses casos graves podem trazer hemorragias, choque, hemodinâmico, óbito”, acrescentou.

O infectologista Adelino Melo disse que a doença é “imprevisível”. “A resposta imunológica da pessoa contra a infecção é que vai ditar como ela vai caminhar”, afirmou.

Vacina para conter contaminação

A Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC), divulgou que uma nova vacina contra a dengue está prevista para ser entregue no Brasil na próxima semana. A vacina de nome Qdenga foi desenvolvida pela empresa Takeda Pharma, e aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Inicialmente, a vacina estará disponível apenas em laboratórios particulares e, segundo a ABCVAC, o preço deve variar entre R$350 e R$500. O especialista acredita que em um futuro não muito longe estará também na rede pública.  “A proteção contra a dengue sendo indicada para crianças acima de 4 anos, adolescentes e adultos de até 60 anos”, disse o infectologista.

Anteriormente, um imunizante contra a dengue já havia sido aprovado no Brasil, o Dengvaxia. No entanto, ele só pode ser utilizado por quem já foi infectado.  “Ela é bastante segura, só não deve ser aplicada em pessoas imunossuprimidas e gestantes porque como se trata de um vírus vivo há algum pequeno risco de sintomas”, explicou.

Chegada do inverno deve diminuir casos

Com a chegada do inverno, que começou na última quarta-feira (21), a temperatura e o índice de chuva estão menores em todo o estado. Melo explica que, com isso, a tendência é a redução do número de casos. “O frio inibe a sobrevivência e a multiplicação do mosquito Aedes aegypti. Então as temperaturas baixas podem reduzir essa infestação e, consequentemente, reduz o número de casos de dengue”, disse.

E, segundo o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, especialista no comportamento do Aedes, Fabiano Carvalho, nesse momento, é essencial é a participação da população. “Isso porque 80% DOS criadores são encontrados em casa. Se a pessoa identificar um reservatório que ela pode eliminar, como, por exemplo, o pratinho de planta, ela resolve o problema”, finalizou.

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