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Idosas são alvo principal no ‘golpe do aniversário’

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(Reprodução/Redes Sociais)

Bandidos que aplicam o “golpe do aniversário” escolhem a dedo as vítimas: em geral, são mulheres idosas. É o que mostra a análise de boletins de ocorrência registrados em Minas desde o início do ano. Em vários casos, o prejuízo passa de R$ 10 mil, e em pelo menos um chegou ao dobro dessa quantia. Com informações de Hoje em Dia.

Levantamento feito pelo Hoje em Dia a partir de 44 BOs revela que em 35 o “alvo” tinha idade superior a 60 anos, e em 21 desses era do sexo feminino. Em outras seis queixas que chegaram à polícia, os denunciantes tinham mais de 50, e a maioria era mulher.

A vulnerabilidade desse grupo pode estar por trás da escolha dos bandidos, que abordam as vítimas primeiro por telefone, combinam a entrega de um presente e depois as convencem a pagar pelo delivery no débito ou crédito. A armadilha está no uso repetido dos cartões em várias compras online, de valores exorbitantes, o que só será descoberto quando o banco avisar ao dono ou ele tirar um extrato.

Na tentativa de ganhar a confiança dos “alvos”, bandidos falam que os presentes foram enviados por colegas de empresas onde as vítimas de fato trabalharam; também blefam afirmando ser possível buscar o mimo na loja física

“Quando falamos de equipamentos tecnológicos, em geral o idoso é mais fragilizado”, diz o delegado aposentado Islande Batista. Para ele, que durante anos trabalhou na investigação e no combate a roubos e fraudes em Minas, isso facilita a vida dos bandidos. Com dificuldade para manusear máquinas de cartão, é possível que alguns não percebam sinais do golpe, como tela escura na máquina e pressa do criminoso para passar o cartão mais de uma vez.

Para Marcelo Barbosa, coordenador do Procon Assembleia, a carência dos mais velhos também os transforma em presas potenciais para os estelionatários. “O idoso gosta de atenção. Conversa um pouco e já cria confiança, vai acreditando em tudo que falam para ele”, lamenta.

Nos BOs, há casos de aniversariantes que chamaram a mulher, o marido e até a empregada doméstica para emprestar outros cartões bancários ao suposto entregador, na tentativa de efetivar o pagamento da tal taxa porque o primeiro cartão “não passava de jeito nenhum”. Em um desses episódios, um casal de Belo Horizonte viu a promessa de ganhar chocolates se transformar em um prejuízo de mais de R$ 15 mil.

“Mais do que nunca, não se pode dar conversa para estranhos. Nem por telefone, nem por e-mail, redes sociais ou WhatsApp”, diz Barbosa, para quem a prevenção é infalível quando o assunto é golpe. “As pessoas precisam se perguntar: como descobriram a minha data de aniversário, o meu telefone, tantas coisas sobre mim? Às vezes, a pessoa atende o telefone, nem sabe quem está do outro lado da linha e já vai passando informações sobre si”, diz o coordenador do Procon, lembrando que a campanha #desligueotelefone, lançada na Semana do Consumidor, alerta a população sobre as abordagens mais comuns dos golpistas. Ele também não descarta que dados pessoais estejam sendo repassados de forma ilegal a criminosos por empresas privadas e até órgãos públicos.

A Polícia Civil informou, por meio da assessoria, que abriu inquéritos para apurar os crimes de falsos presentes.

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