Um desembargador federal e o seu filho, que é advogado, são alvo de duas operações, deflagradas pela Polícia Federal (PF) na manhã desta terça-feira (14 de março), sob a suspeita de terem atuado na “venda de sentenças” para uma organização criminosa voltada para o tráfico internacional de drogas. As operações “Habeas Pater” e “Flight Level 2”, são desdobramentos de outra, ocorrida em 2021, que mirou uma empresa de táxi aéreo de Belo Horizonte que atuava no envio de drogas ao exterior.

De acordo com a PF, a primeira das operações tem o objetivo de combater “possíveis crimes de corrupção ativa e passiva”. “Estão sendo cumpridos 9 mandados de busca e apreensão na cidade de Brasília, 7 mandados de busca e apreensão na cidade de Belo Horizonte e 1 mandado de busca e apreensão na cidade de São Luis”, completa a corporação.

Os mandados da apuração contra o desembargador e o advogado foram expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Caso pai e filho venham a responder pelos crimes, poderão ser condenados a até 12 anos de prisão”, destaca a PF.

As vendas das sentenças teriam sido feitas a investigados da outra operação, que foi realizada simultaneamente. Em março de 2021, a operação Flight Level mirou empresários do setor de táxi aéreo que estavam usando aeronaves que saíam da capital mineira para transportar drogas para fora do Brasil.

Flight Level 2

Além da PF, a Receita Federal também participa da segunda operação contra o esquema criminoso que acontece nesta terça. Segundo o órgão, o objetivo da operação “Flight Level 2” é combater os crimes de tráfico internacional de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

“As investigações apontaram que os envolvidos na primeira fase da operação seriam uma ‘célula’ de uma organização criminosa maior voltada ao tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro e crimes financeiros. Foram identificadas aquisições de imóveis, veículos de luxo, joias e criptoativos sem que os rendimentos declarados fossem suficientes para justificar o acréscimo patrimonial no período”, detalhou a Receita.

Nesta operação são cumpridos 25 mandados de busca e apreensão em BH e região metropolitana, São Paulo e Florianópolis, além de cinco mandados de prisão preventiva e cinco de prisão temporária. Também são cumpridos 17 mandados de sequestro de veículos automotores e 7 de imóveis, e contas bancárias e criptoativos de 34 pessoas físicas e jurídicas foram bloqueadas.