O grupo Neuman & Esser anunciou neste domingo (12) que investirá R$ 70 milhões para expandir seu parque industrial em Belo Horizonte e construir a primeira fábrica de geradores de hidrogênio verde na América do Sul. O empreendimento está localizado no bairro Olhos D’Água. A previsão é que sejam gerados 75 empregos diretos e 200 empregos indiretos.

O vice-chanceler (equivalente ao vice-presidente no Brasil) e ministro federal de Assuntos Econômicos e Ação Climática da Alemanha, Robert Habeck, e o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, estiveram presentes na cerimônia, além do presidente da Fiemg, Flávio Roscoe e de outras autoridades brasileiras e alemãs.

O hidrogênio verde pode ser gerado a partir da água utilizando fontes renováveis de energia, como hidráulica, eólica e solar. Seu uso libera apenas vapor de água na atmosfera. Por isso, o combustível vem sendo apontado como alternativa para descarbonizar setores econômicos como as indústrias de cimento, aço e transporte de longa distância.

De acordo com o Neuman & Esser, a posição geográfica do Brasil e as condições climáticas favoráveis à irradiação solar, além da disponibilidade de correntes de ar, fazem do hidrogênio verde produzido no Brasil um dos mais competitivos do mundo.

O diretor-executivo da Neuman & Esser no Brasil, Marcelo Veneroso, afirma que a produção de hidrogênio verde é uma grande oportunidade que o Brasil pode aproveitar. “O Brasil tem rica fonte de energia solar e eólica. Ele pode ser um polo tanto exportador do hidrogênio commoditie, como principalmente utilizar o hidrogênio (na produção de) seus produtos para vender produtos manufaturados e industrializados verdes”, declarou ele.

O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, considera que o investimento é importante não apenas para Belo Horizonte, mas para o mundo. “Estamos em uma era de mudança da matriz energética no mundo.O hidrogênio verde é uma revolução e Belo Horizonte está muito honrada em ser uma das primeiras capitais do Brasil que vai ter uma fábrica”, disse ele.

Parceria Brasil e Alemanha

Em discurso que encerrou a cerimônia, que contou com tradução simultânea, o vice-chanceler alemão, Robert Habeck, disse que o Brasil é um “parceiro premium” e o único país da América do Sul que a Alemanha tem uma parceria estratégica.

Ele afirmou que há uma mudança de paradigma econômico, pois o foco deixou de ser apenas crescimento econômico e prosperidade e passou a levar em conta a proteção ao meio ambiente e as mudanças climáticas. “A produção de hidrogênio no Brasil traz esses dois aspectos”, disse ele.

Habeck afirmou que a Alemanha pretende aumentar o consumo e a produção de hidrogênio verde para, inicialmente, substituir o carvão como fonte de energia. Ele pregou uma aproximação maior entre Brasil e Alemanha e entre o Mercosul e a União Europeia.

Por fim, o vice-chanceler agradeceu ao governo brasileiro pela disposição de preservar a Amazônia e disse que a Alemanha vai trabalhar para cumprir os compromissos climáticos que assumiu para poder exigir o mesmo de outros países.