Com o programa Desenrola Brasil, em elaboração no Ministério da Fazenda, cidadãos endividados poderão negociar dívidas de até R$ 100. Veja abaixo as fases apresentadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na semana passada:
Fase 1
De acordo com integrantes do governo, os grandes bancos já estão comprometidos com a proposta. Outros setores, no entanto, devem ter mais dificuldade de aderir porque sofrem impacto maior com pequenos valores negativados.
Fase 2
Seria destinada a beneficiários de programas sociais e pessoas com renda de até dois salários mínimos. Nela, os descontos podem alcançar até 90% para financiamento em 60 meses, com taxa de 1,99% ao mês.
O participante também pode optar por pagar por boleto bancário ou Pix. Não serão elegíveis dívidas do crédito rural ou financiamento imobiliário, créditos com garantia, nem operações com risco de terceiros.
Perfil dos endividados
Pelo levantamento do ministério com dados do Banco do Brasil, 35,7 milhões de pessoas com renda de até dois salários mínimos estão negativadas. O número podem ser beneficiados 40 milhões de brasileiros.
A maior parte dos valores, 81,99%, também é com serviços financeiros. As dívidas de quem têm renda de até dois salários mínimos somam R$ 50,7 bilhões.
Embora seja tratado como prioridade, o Desenrola – que terá fundo garantidor de R$ 10 bilhões – ainda enfrenta um problema operacional para ser lançado. Será preciso criar uma plataforma para permitir que os credores localizem os devedores, e vice-versa.
A ideia é ter um site e um aplicativo que permitam a negociação direta entre as duas partes, mas ele ainda não começou a ser elaborado. (Juliana Braga/Folhapres)
