Retirada do Detran da Polícia Civil em MG pode ser votada este ano, diz diretor

A retirada do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) da Polícia Civil em Minas Gerais pode estar bem próxima, de acordo com Eurico Neto, diretor-geral do Detran, em entrevista a Rádio Super 91,7 FM. As expectativas, segundo ele, são de que um projeto que trata do assunto seja votado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) ainda em 2023. Mesmo sem a possível aprovação, porém, os policiais já estão sendo retirados de suas funções e colocados nas ruas, segundo Neto, por meio da terceirização dos serviços da entidade.

“Nós somos o último Detran do Brasil ligado à Polícia Civil. Seria uma arrogância pensar que nós estamos certos e todo mundo errado. A tendência é essa. Nós queremos na verdade que a polícia fique focada no combate à criminalidade. Eu mesmo fui treinado para apurar crimes. Essa é a minha função. Hoje eu estou à frente do Detran, tentando fazer o melhor órgão possível, mas minha função é apurar crimes como delegado, assim como vários policiais que trabalham no Detran”, afirmou Neto.

O diretor-geral explicou que o objetivo é, caso a retirada do Detran seja aprovada, que ele seja um modelo no momento em que isso ocorrer. Assim, tem sido feito todo um trabalho de melhorias, inclusive relacionadas à digitalização e ao atendimento aos cidadãos. “Queremos que o Detran seja de primeiro mundo no momento da transferência e que a gente possa voltar para a nossa função de origem”, disse ele.

Processo de transiçãoPor ora, Neto considera que o Detran está em um momento de transição. A cada dia, os policiais têm sido realocados para as ruas. As expectativas são de que de 700 a mil profissionais façam parte desse processo. Isso vem acontecendo por meio de algumas mudanças, como a absorção dos serviços por parte das Unidades de Atendimento Integrado (UAIs). “Os policiais estão voltando para a rua, indo para a atividade fim, e o serviço continua funcionando de maneira tão boa quanto”, afirmou.

Além disso, o Governo de Minas publicou em 26 de janeiro uma portaria que regulamenta as empresas que ficarão responsáveis pela vistoria veicular. A medida de terceirização deverá gerar 10 mil empregos. Conforme Neto afirmou no último mês, essa terceirização das vistorias também vai proporcionar a liberação dos policiais para auxiliar nos trabalhos investigativos.