No período de férias escolares, quando as crianças estão mais presentes em casa, aumenta o risco de acidentes domésticos e também de afogamentos em piscinas e rios. Um levantamento da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) elencou os principais motivos que levaram crianças de 0 a 11 anos ao atendimento de urgência no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, no centro de BH, em 2022.
A queda da própria altura é a mais comum, com 460 ocorrências (mais de uma por dia, em média), seguidas de queda de escadas, com 235 casos, queimaduras por líquido (151), atropelamentos (113), intoxicação por medicamentos (65), queimaduras por fogo (28) e afogamentos (sete).
Foi justamente uma queda, no ano passado, que levou Noah, à época com 4 anos, ao hospital. “Ele estava brincando com os primos e reparei que eles estavam brincando com um tecido, simulando um fantasma. Eu alertei: ‘Cuidado, vocês vão acabar se machucando’. E não deu outra. Ele caiu da própria altura, bateu o queixo no chão e precisou levar três pontos”, relata a mãe e fisioterapeuta Luciana Torres.
A pediatra Amanda Couto acredita que os cuidados com as crianças, independentemente da idade, são uma responsabilidade de todos os adultos. “Acidentes acontecem principalmente porque a gente não prepara a casa para as crianças, então, eu julgo que a gente deve preparar a casa para que as crianças façam o que fazem de melhor, que é explorar. Elas vão ter o instinto de explorar, de pegar tudo, pôr na boca… Faz parte do desenvolvimento testar hipóteses, querer interagir com o mundo. Então, se a gente não prepara o ambiente, acidentes vão acontecer e por isso, quando eles acontecem, são de total responsabilidade dos adultos”, diz.