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O que ainda precisa ser esclarecido sobre o atentado de Aracruz

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A Polícia Civil do Espírito Santo investiga as circunstâncias em que um adolescente abriu fogo contra professores e alunos de duas escolas em Aracruz, no interior capixaba, na última sexta-feira (25/11). Até a noite de sábado (26), quatro pessoas haviam morrido e cinco seguiam internadas em estado grave como resultado do ataque.

Entre os pontos que devem ser apurados por investigadores está como o atirador teve acesso a armas de fogo e equipamentos utilizados no ataque, qual era o relacionamento com a família e com colegas na escola e suas motivações para o crime.

Os policiais também querem esclarecer se o jovem participava de grupos que promovem extremismo político na internet, uma vez que ele usava um símbolo nazista no braço ao abrir invadir as escolas. A seguir, o que já se sabe até agora sobre os ataques.

Como ocorreram os ataques em Aracruz?

Por volta das 9h, o atirador arrombou um cadeado para entrar na escola estadual Primo Bitti, onde ocorreu o primeiro ataque. Os tiros foram disparados dentro da sala dos professores e resultaram na morte de três professoras – duas morreram ainda na sexta (25) e uma terceira professora, que estava internada em estado gravíssimo, morreu neste sábado (26).

Segundo a investigação, para cortar o cadeado, o adolescente usou um alicate especial, do mesmo tipo usado pela polícia em operações. Ele portava uma pistola automática e um revólver calibre 38.

Após o primeiro ataque, o adolescente entrou em um carro e foi até o Centro Educacional Praia de Coqueiro, uma escola particular. Ali, ele abriu fogo contra três estudantes. Uma aluna de 12 anos morreu no segundo ataque. O atirador foi detido por policiais no início da tarde.

Quem é o autor dos atentados?

Um adolescente de 16 anos foi apreendido e, segundo a polícia, confessou os crimes em depoimento. Ele tinha estudado até junho na escola estadual Primo Bitti, alvo do primeiro ataque, e depois foi transferido a pedido da família. A polícia não informou para qual escola ele foi transferido.

O adolescente é filho de um policial militar. De acordo com o depoimento da família à polícia, o atirador fazia tratamento psicológico, mas a investigação ainda não tem certeza se ele foi diagnosticado com algum distúrbio. Ao ser interrogado, ele disse ter planejado o ataque durante dois anos e que sofria bullying na escola.

Durante o ataque, ele usava o emblema de uma suástica nazista, feita à mão, colada no braço. Na casa do adolescente, a polícia encontrou outros materiais com o símbolo nazista. A polícia ainda não sabe se o jovem teve ajuda no planejamento do ataque ou se foi incentivado a cometer os crimes. Investigadores vão pedir acesso a trocas de mensagens para esclarecer se ele fazia parte de alguma rede virtual ou grupo que promova extremismo.

De quem são as armas utilizadas?

Tanto a pistola automática e quanto o revólver calibre 38 usados nos ataques são do pai do adolescente, um policial militar. Uma delas era de uso funcional e a outra, particular, segundo o delegado-geral da Polícia Civil no Espírito Santo. O carro que o adolescente usou para chegar às duas escolas atacadas também é da família. A polícia ainda não sabe como o atirador obteve o alicate usado para arrombar o cadeado na escola Primo Bitti.

Quem são as vítimas?

Ao todo, quatro pessoas morreram e cinco continuam internadas. Entre os mortos estão três professoras da escola estadual Primo Bitti morreram. As primeiras vítimas foram Cybelle Passos Bezerra Lara, 45, e Maria da Penha Pereira, 48. Neste sábado, a professora Flávia Amboss Merçon Leonardo, 36, pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), também morreu após ser atendida em estado grave. A quarta vítima era a aluna Selena Sagrillo Zuccolotto, 12, que estudava no Centro Educacional Praia de Coqueiral.

Dois estudantes, um menino de 11 anos e uma menina de 14, foram levados para o Hospital Estadual Nossa Senhora da Glória, em Vitória. Eles estão na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Duas mulheres, de 52 e 45 anos, estão na UTI do Hospital Estadual Dr. Jayme dos Santos Neves, em Serra, na região metropolitana de Vitória. Uma mulher de 58 anos passou por cirurgia no Hospital Estadual de Urgência e Emergência São Lucas e tem o quadro de saúde estável.

Qual foi a motivação do crime?

Apesar de o atirador ter mencionado em depoimento ser vítima de bullying, a polícia não acredita que esse detalhe seja conclusivo, e a motivação ainda é investigada.

A investigação deve levar em conta a saúde mental do adolescente, mas ainda não há certeza se ele tem algum distúrbio psicológico.

Os investigadores vão analisar mensagens trocadas virtualmente pelo adolescente para saber se alguém o incentivou ou ajudou no planejamento dos ataques.

Fonte: Folhapress /  O Tempo

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