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Economia


De carne ao sabonete: Brasileiros reduzem consumo para sobreviver

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IMPACTOS DA INFLAÇÃO

“Eu comia carne, e carne boa, de qualidade. Hoje não tem como comprar mais, o trem tá feio”. Na calçada da Rua Tupis, no centrão de Belo Horizonte, a diarista Lucimar Firmino, de 64 anos, relembrou os hábitos de consumo que ficaram na lembrança frente ao aperto provocado por uma inflação que, mesmo em desaceleração momentânea, ainda enfraquece o orçamento das famílias na hora de pagar as contas do supermercado e leva milhares à fome.

No momento em que conversou com a reportagem, na última quinta-feira, Lucimar, já aposentada, havia comprado um quilo de pé de frango. O corte, antes fora da lista de compras, seria a conta de no máximo dois dias para ela e os quatros filhos – todos já adultos e desempregados desde 2021.

O relato da idosa é uma síntese do que tem ocorrido em milhares de lares brasileiros em que as pessoas têm deixado de lado frutas, verduras, legumes, carnes e itens de higiene por falta de dinheiro para comprar. Para o economista Gustavo Monteiro, a mudança nos hábitos de consumo é um movimento esperado frente à inflação e tem maior impacto sobre as famílias mais pobres. “As mais ricas têm uma manobra maior. São pessoas que têm muito mais coisas para cortar. Agora na família que já tem a renda mais baixa, quando ela diminui o consumo, começa a cortar coisas essenciais”, analisa.


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