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Editorial - Opinião sem medo!

O Brasil que sonhamos é imbroxável

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Uma coisa não podemos negar, estamos as vésperas de uma das eleições mais icônicas da história política do Brasil. De um lado um político que se posiciona como um salvador da pátria, um injustiçado, que afirma que pode colocar a casa em ordem, do outro lado, alguém que representa uma direita que até então nunca foi tão presente na cena nacional, e que teve todo o seu trabalho marcado por falas impactantes, inconvenientes em muitos momentos, mas meticulosamente planejadas.

A prova desta cena é que o Brasil nunca esteve tão dividido, as pesquisas mostram Lula a frente, mas de igual maneira, as manifestações populares enaltecem a força e o carisma (indigesto para muitos) de um rock star que agora acaba de criar uma nova palavra para o nosso dicionário.

Muitos têm medo de manifestar sua opinião política, muitos evitam criar desavenças, até porque vivemos um período onde tornar público os seus pensamentos é algo pior do que simplesmente balançar a cabeça em uma concordância sem nenhum fundamento.

Hoje discutir política é como debater com a mulher, no final das contas, o que se tem que fazer é concordar para encerrar uma discussão que não leva a nada, e isso sim no momento de crescimento da democracia, as vésperas das maiores eleições da história do Brasil é completamente broxante.

Chegamos a um momento tão bizarro nesse contexto que não se debate, que parte da imprensa nem mais foca em discutir propostas, mostrar resultados ou conteúdos. Hoje o que pega e faz a diferença para muitos, ou seja, o que dá audiência são os memes, e nesse sentido o imbroxável tomou conta das redes.

Chegamos ao cúmulo de ver veículos de renome (pelo menos é o que imaginávamos), gastar suas energias para falar se o presidente, candidato a reeleição, já broxou ou não. Chegamos ao fundo do poço quando percebemos que ereção e disfunção erétil se torna fator relevante para a votação de candidatos que irão estar à frente de nossa nação.

Não se debate os melhores projetos ou resultados, e olha que ambos os lados tem muita coisa para apresentar, o que se faz é revirar a vida de Bolsonaro em torno de fofocas e falácias é algo que dá mais ibope, mais likes, mais visibilidade e dai nivelamos por baixo o que deveria ser o maior momento de consolidação cidadã de nossa história.

Na verdade ao fazer essa análise o que percebemos, é que mesmo com todo o tesão do mundo, pelo desenvolvimento e crescimento da cidadania e envolvimento político de todas as classes sociais, tudo isso perde o valor porque simplesmente nivelamos no mais baixo nível a condição de se fazer política e exercer a democracia.

Enquanto a população deveria estar tentando entender o que é um plano econômico, quais as reais propostas para o fortalecimento da rede de saúde e atenção básica, quais os planos para diminuir o analfabetismo e ampliar o acesso ao ensino superior, a formação técnica e geração de emprego. Gastamos tempo nas redes sociais para ver dancinhas e tiradas de políticos que tem mais visibilidade com isso do que com os resultados de seu trabalho sério.

Bom seria se a população, de forma geral, se interessasse não somente pela militância, pelas fofocas, pela fomentação de fake news, pela incapacidade do diálogo por não querer simplesmente entender quais são as propostas e pensamentos reais de quem tem ideias diferentes das suas.

O Brasil que sonhamos é imbroxável, porque tem tudo para ser a maior nação do mundo, mas no momento, só consegue almejar a procriação e desenvolvimento, se tomar todos os dias as pílulas, que potencializam a esperança dos brasileiros em dias melhores.

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