Cafezinho mais caro! Queda da safra em Minas altera preço do café

Nos últimos 12 meses, o café moído ficou cerca de 58% mais caro, segundo os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Não há limite para o aumento, entretanto, e o cafezinho tende a ficar mais caro, devido à baixa da produção em Minas Gerais. As informações são do jornal O Tempo.

Nesta semana, a Cooperativa Central de Cafeicultores e Agropecuaristas de Minas Gerais (Coccamig), que reúne 16 produtores do Estado, anunciou que a safra de 2022 está 16% menor que a de 2021, que já foi um ano considerado ruim, e 53% menor do que a de 2020, quando a produção foi melhor.

O diretor presidente da Coccamig, Marco Valério Araújo Brito, afirmou que a situação é de “quebra significativa e importante” da produção. Analista de agronegócios da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Ana Carolina Gomes concorda que a situação é preocupante. O cenário não deve ser extremo a ponto de faltar café nos supermercados, pondera a especialista, mas os preços tendem a aumentar.

“Faltar, não falta, porque o Brasil é o maior produtor e exportador de café e ainda conseguimos honrar os compromissos. Mas tudo será mais enxuto. Isso acaba impactando toda a cadeia produtiva e o preço. Os custos dos produtores estão aumentando e ameaçam a sobrevivência dele no campo”, pontua. Em um mês, entre julho e agosto, o café moído ficou 1,38% mais caro em Belo Horizonte, segundo análise do Instituto de Pesquisas Econômicas e Administrativas (Fundação Ipead/UFMG), que avalia o custo da cesta básica na capital. Em um ano, o produto acumula alta de 42,66%.

Fenômenos climáticos são o principal fator por trás da queda de produção, explica Gomes. “Estamos vindo de um clima muito seco em 2021, que prejudicou a safra passada. No ano passado, tivemos uma geada que afetou as regiões Sul e Cerrado Mineiro, que respondem por 70% do que Minas produz. Isso é muito preocupante e temos visto impactos na safra atual, que ainda tem déficit hídrico afetando as lavouras”, diz.

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