As candidatas do PSD em Minas, ameaçam a desistir das eleições após nenhuma das 27 concorrentes às vagas de deputadas federal e estadual receberem o mínimo de 30% dos recursos do diretório estadual previsto em lei. As candidatas reclamam que a legenda estaria obrigando-as a assinarem um recibo de doações em branco, sendo que nenhuma recebeu nenhum repasse.
A irritação das postulantes começou após parte dos candidatos da sigla articularem uma “renúncia” em massa depois que o partido preteriu alguns nomes para destinar a verba disponível do Fundo Eleitoral e Partidário.
O ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) é o político que mais recebeu recursos da legenda para a campanha eleitoral em todo o país. Kalil recebeu R$ 16 milhões do PSD nacional, sendo o terceiro candidato a ter mais recursos para a campanha do Brasil, ficando atrás somente de candidaturas presidenciais. “Eles não dão suporte nenhum, fica um jogo de ‘empurra-empurra’ das responsabilidades. Por isso, mulher desiste da política, a gente só serve para cumprir cota eleitoral”, desabafa uma das candidatas que pediu para não ser identificada com medo de represálias.
Segundo as regras da Justiça Eleitoral, os partidos decidem como vão distribuir os recursos do Fundo Eleitoral. Até o momento, o PSD repassou verba para 11 postulantes em Minas Gerais. Pelo menos nove candidatos a deputado federal receberam R$ 900 mil cada, e o deputado estadual Cassio Soares arrecadou R$ 585 mil da legenda. Nenhuma mulher até o momento recebeu repasses. No Brasil, o PSD destinou recursos para apenas 11 mulheres contra 85 homens.