Belo Horizonte
Após novo aumento do diesel, empresas de ônibus querem reunião com prefeitura
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH) informou, nesta segunda-feira (9/5), que solicitará uma reunião emergencial com a prefeitura após a Petrobras ter confirmado um novo aumento no preço do diesel válido já a partir de hoje. As informações são da Rádio Itatiaia.
De acordo com as empresas de ônibus a situação é de “extrema gravidade”. O reajuste do diesel, aprovado pela Petrobras, será de 9,8%.
“A situação é de extrema gravidade principalmente em um contrato desequilibrado, com tarifas congeladas desde 2018, com inflação descontrolada, aumento de custos absurdos, queda no quantitativo de passageiros transportados e com receitas financeiras geradas pelo sistema muito abaixo dos custos de operação”, diz o SetraBH, em nota.
Também no comunicado divulgado, o sindicato citou uma cláusula do contrato que permite a revisão dos termos do acordo firmado com a BHTrans em 2008 e que ainda está em vigência.
A cláusula 19.1 prevê que as partes terão direito à revisão do contrato caso haja uma variação extraordinária não prevista na época da formulação de contrato com relação aos “custos dos serviços”. Por outro lado, a mesma cláusula também prevê a possibilidade de revisão do contrato em caso de alteração unilateral do acordo, como a redução de viagens – o que já ocorre em Belo Horizonte.
Alerta
A Associação Nacional das Empresas de Transportes (NTU) alertou o setor de transportes de que pode haver racionamento de combustível nas empresas e viagens com frota completa apenas nos horários de pico – o que, na prática, já vem acontecendo pontualmente nas últimas semanas em Belo Horizonte. Com o aumento de R$ 0,40 por litro às distribuidoras, o presidente da NTU, Francisco Cristóvam explica a situação caótica.
“O sucessivo aumento do preço do diesel dos lubrificantes tem nos preocupado. Uma que a participação desse item, combustíveis e lubrificantes no custo da produção é da ordem de 30%. Nos últimos doze meses, o aumento do diesel e dos lubrificantes supera a casa dos 80%. Este ano em particular já supera 35%”, aponta. “Do outro lado da equação, para compensar esse aumento tem o valor da tarifa. O prefeito tem que decidir se ele vai repassar todo esse aumento de custo para a população ou se vai buscar outras fontes de recurso para compensar, como subsídios”, completa.