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Saúde


Baixa cobertura vacinal aumenta risco de surtos de doenças como gripe neste ano

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O risco de surtos de doenças respiratórios aumenta com a queda da temperatura a partir do outono, que começa no domingo (20/3) no país. Neste ano, o alerta é maior devido à baixa cobertura vacinal contra a gripe e o sarampo, por exemplo. A falta de proteção aliada ao aumento da circulação das pessoas e da flexibilização do uso de máscara tende a elevar os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), alerta a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). As informações são do jornal O Tempo.

Uma amostra do que pode ocorrer neste ano foi vista ainda no fim do ano passado. Com a queda dos índices da pandemia e a consequente flexibilização das medidas de prevenção à Covid-19, o Rio de Janeiro registrou surto de gripe. Na época, a cobertura vacinal contra a doença estava muito abaixo da meta de 90%, como destaca a diretora da SBIm Flávia Bravo.

“Para aumentar a cobertura vacinal contra a gripe, o governo liberou a vacinação para todos acima de 6 meses, porém, com diferenças locais, que é onde reside o perigo. Foi o que aconteceu no Rio de Janeiro, onde surgiu o surto da influenza no fim do ano. O Rio chegou a uma cobertura de 60%, ou seja, 40% da população desprotegida”, avalia.


Neste ano, se por um lado há motivos para comemorar devido à queda dos índices da pandemia e a flexibilização das restrições, o outro lado da moeda é perigoso. Em Minas Gerais, por exemplo, o governo já orienta a desobrigação do uso de máscara em locais fechados para cidades que tenham 80% de cobertura para segunda dose e 70% para dose de reforço contra a Covid-19.

“O que pode acontecer esse ano é, se não valorizar a campanha da gripe e com as medidas relaxadas, a gente pode voltar a uma fase de aumento das SRAGs. Então, as autoridades vêm sendo orientadas nesse sentido”, diz Flávia Bravo.

A cobertura vacinal contra a influenza em Minas Gerais está em 70,2%, de acordo com dados do Ministério da Saúde atualizados nesta segunda-feira (14). A meta do Ministério da Saúde é atingir 90% do público-alvo.

Sarampo. 

Outra doença que não vem tendo a atenção necessária da população é o sarampo, uma doença que foi controlada graças à vacinação, mas volta a preocupar com a queda da cobertura vacinal registrada desde 2015.

Dados do DataSUS apontam que a cobertura para primeira dose contra o sarampo está em 70%, e para a segunda, em 50% no país. A baixa imunidade coloca em risco não só crianças de até um ano, mas também as mais velhas, destaca Flávia.

“Com a baixa cobertura, surgem os bolsões que provocam os surtos. A maior parte dos casos ocorreram em crianças menores de um ano, mas também em maiores”.


Queda da cobertura vacinal.

Desde 2015, o Brasil tem registrado queda na cobertura vacinal de diversas doenças. Flávia Bravo explica que esse fenômeno é motivado por diversos fatores, incluindo a disseminação de notícias falsas.

“Junta-se a isso (negacionismo) dificuldades estruturais que vem aumentando no nosso sistema de saúde a partir de 2015. Mais recentemente uma dificuldade de comunicação adequada com a população. Dificuldade com o próprio atendimento”.

Dados do Ministério da Saúde mostram que entre os anos 1995 e 2015, as coberturas vacinais foram mantidas em patamares altos e novas vacinas foram acrescentadas ao calendário, que hoje oferece 23 imunizantes para proteger diferentes faixas etárias contra 19 doenças. O resultado foi uma queda da incidência das doenças contra as quais já há vacinas disponíveis.

Foto: reprodução Agência Brasil

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