Itaúna
MPMG denuncia ex-secretário de Itaúna por crime em licitação
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ofereceu denúncia contra o ex-secretário municipal de Arquitetura e Urbanismo de Itaúna, Paulo de Tarso Nogueira, pela prática de crime na licitação que culminou com a contratação direta da empresa Dávila Arquitetura e Engenharia S/A. As informações são do jornal Estado e Minas.
O processo, que segue em segredo de justiça, não apurou responsabilidade criminal dos mandatários ou colaboradores da empresa contratada.
A revisão do Plano Diretor de Itaúna está na mira do Ministério Público desde 2019, quando a proposta inicial do plano, elaborada por uma equipe multidisciplinar, foi retirada de pauta de votação da Câmara de Vereadores atendendo a um pedido do prefeito Neider Moreira (PSD).
Em maio de 2019, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ajuizou ação civil pública contra o prefeito Neider Moreira por improbidade administrativa. No entendimento do órgão, o prefeito adotou medidas “com o objetivo de retardar e tumultuar o projeto visando interesses pessoais”.
Após a elaboração dos estudos técnicos, diagnóstico e realização de consultas e oficinas, a população foi convocada a participar de audiência pública, em novembro de 2017, com a presença de empresários, proprietários de imóveis e comunidade.
Durante o encontro, o promotor de Justiça Daniel Batista Mendes, que assinou a ação civil pública movida contra o prefeito em 2019, reforçou a importância da preservação dos recursos naturais e do interesse público contidos no processo. “É importante que sejam observadas tanto a legislação federal quanto a Constituição, parâmetros que não podem ser desobedecidos por legislação municipal”, apontou Mendes.
Desde 2019, o Plano Diretor foi encaminhado para votação à Câmara de Vereadores de Itaúna e retirado de pauta diversas vezes. Os vereadores alegavam insegurança para votar um plano que é objeto de contestação judicial.
O prefeito seguia enviando o projeto sem acatar as alterações propostas pelo MP. Até que, em outubro de 2021, alegando que se o texto não fosse aprovado a cidade perderia uma grande empresa com geração de cerca de 300 empregos, o Plano Diretor foi finalmente aprovado pela Câmara.