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Calçados

Primeiro bimestre soma US$ 209 milhões em exportações de calçados

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Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que, em fevereiro, foram embarcados 13,58 milhões de pares, que geraram US$ 108 milhões, altas tanto em volume (+36,2%) quanto em receita (+75,5%) em relação ao mesmo mês do ano passado. Com o resultado, no bimestre, o setor calçadista acumula a exportação de 27,57 milhões de pares por US$ 209,23 milhões, incrementos em volume (+40%) e em dólares (+70,8%).

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que o resultado do bimestre é o melhor desde 2011.

“O ano de 2022 é de recuperação das receitas geradas com os embarques, com recomposição do preço médio em todos os segmentos. A demanda internacional está aquecida e existe uma tendência, em especial do mercado norte-americano, de migrar suas importações de calçados da China para o Brasil, tanto em função da guerra comercial entre os dois gigantes quanto pelo encarecimento dos fretes da Ásia e a necessidade de pulverizar os fornecedores em função das incertezas globais”, avalia o executivo, ressaltando que o número também mostra importante recuperação ante a pré-pandemia, em 2019. Em receita gerada, o Brasil exportou 14,8% mais do que no mesmo período daquele ano.

Destinos

Principal destino do calçado brasileiro no exterior ao longo do primeiro bimestre, os Estados Unidos importaram, no período, 4 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 60,58 milhões, resultados superiores tanto em volume (+97,8%) quanto em receita (+130,2%) ante o mesmo ínterim de 2021. Segundo Ferreira, quase um terço das receitas com embarques foram provenientes dos Estados Unidos, o melhor resultado em 16 anos.

O segundo principal destino do calçado brasileiro no bimestre foi a Argentina, para onde foram embarcados 1,66 milhão por US$ 18,1 milhões, altas de 39,2% e 78,2%, respectivamente, ante o mesmo período do ano passado.

A França foi o terceiro destino do calçado brasileiro no primeiro bimestre. Nos dois meses, os franceses importaram 2,28 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 14,14 milhões, incrementos de 67,6% e de 28,5%, respectivamente, em relação ao intervalo correspondente de 2021.

Estados

No bimestre, o principal exportador de calçados foi o Rio Grande do Sul. Respondendo por 43,5% do total gerado com os embarques no período, o Estado enviou 6,93 milhões de pares ao exterior, o que gerou uma receita de US$ 91 milhões. Os números são maiores tanto em volume (+60,7%) quanto em dólares (+76%) em relação ao mesmo período do ano passado.

O segundo estado exportador de calçados do bimestre foi o Ceará, de onde partiram 10,46 milhões de pares por US$ 58,9 milhões, incrementos de 30% em volume e de 56,8% em receita na relação com o período correspondente de 2021.

O terceiro exportador dos primeiros dois meses do ano foi São Paulo. Das fábricas paulistas foram embarcados 1,28 milhão de pares, que geraram US$ 18 milhões. Os resultados são superiores em volume (+11,4%) e em receita (+45,3%) em comparação com o mesmo ínterim do ano passado.

Respondendo pela quarta principal origem das exportações de calçados, a Paraíba embarcou 4,4 milhões de pares nos últimos dois meses, o que gerou US$ 13,83 milhões. Os registros são positivos tanto em volume (+15%) quanto em receita (+60,3%) ante o mesmo intervalo de 2021.

Importações seguem em alta

Assim como as exportações, as importações de calçados registraram incremento no primeiro bimestre do ano. No período, entraram no Brasil 5,1 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 52,42 milhões, altas de 28,5% em volume e de 22% em receita na relação com o mesmo período do ano passado.

As principais origens foram os países asiáticos: Vietnã (1,17 milhão de pares e US$ 22,5 milhões, quedas de 1,3% e de 3,5% ante igual período do ano passado), Indonésia (475 mil pares e US$ 9,5 milhões, altas de 48,8% e de 80,2%) e China (2,6 milhões de pares e US$ 9,44 milhões, altas de 18,6% e de 32%).

Em partes – cabedais, solas, saltos, palmilhas etc – as importações do bimestre somaram US$ 3,38 milhões, 3,6% menos do que no mesmo período do ano passado. As principais origens foram China, Paraguai e Vietnã.

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