Editorial - Opinião sem medo!
Muitos já foram corrompidos, mas nem todos serão comprados!
Entre os filmes e histórias relacionadas a idade média nós temos como uma das prediletas a lenda de Robin Hood.
Se você não conhece a lenda do herói inglês, em breves palavras resumimos para vocês que o herói é alguém que deixou a nobreza e passou junto com um grupo de rebeldes a promover saques a realeza, e posteriormente, repartia tudo que foi roubado com os pobres e menos afortunados.
A lenda tem para os socialistas, o valor de que tirar dos ricos e dar par aos pobres é o equilíbrio que se deve ter em uma sociedade. Já para os capitalistas, colocar recursos financeiros nas mãos de plebe quer dizer um mercado aquecido e uma ampla possibilidade de comércio.
Apesar dos posicionamentos não são necessariamente por estes motivos que gostamos da história, e sim pelo fato de que aqueles que costumam tirar vantagem sobre o trabalho, sobre o suor dos que são menos instruídos, capacitados são finalmente defendidos por alguém.
Quando se fala de realiza se pontua que através de arrecadação de impostos o governo fica cada vez mais rico, pois somente aumenta os tributos e não necessariamente retribui esses valores para o povo em forma de benefícios e serviços e partindo dai, aparece aguem que queira mudar o sistema e fazer com que efetivamente a realidade seja um pouco mais justa.
Olhando por esse lado podemos fazer um paralelo com o que algumas empresas ligadas ao governo vem fazendo em nosso pais e aqui, em Nova Serrana, temos o claro caso da Copasa, que se encaixa perfeitamente nessa lacuna.
A pelo menos 08 anos, quando foi assinado o atual convenio da empresa para com o município, a companhia estatal vem usufruindo de isenção tributária e arrecadando com taxas e venda de serviço para mais de 37 mil residências de nossa cidade.
Quando se fala nessa arrecadação estamos falando de aproximadamente R$ 30 milhões por ano, sem que esses valores sejam revertidos especificamente em qualidade e prestação de serviço adequada.
Não temos tratamento de esgoto, tão pouco coleta de esgoto de todas as residências e imóveis da cidade, não temos um abastecimento que possa ser ao menos chamado de irregular, afinal, as interrupções no fornecimento de água por períodos que chegam a ser absurdos se tornou uma irregularidade.
A partir dai surgiu a necessidade de que algo fosse feito contra a empresa. Muitos “heróis”, fizeram barulho, bateram na mesa, fizeram discursos inflamados, mas quando são colocados frente a frente com a realeza ou se seduzem pelo poder, ou se intimidam diante do mesmo.
A estatal ainda balbucia com um arrotar com odor de comida estragada, ou melhor com o odor do esgoto que deveria ser tratado, mas mal mal é recolhido, que uma tarifa social é aplicada para beneficiar os menos afortunados na cidade.
E com essas desculpas se montou o cabresto e um contrato que molestou já por 08 anos a cidade foi assinado sem que fosse realmente pensado nas obrigatoriedades e garantias da contrapartida.
Pois bem, não surgiram Robin Hoods, mas o que os vereadores fizeram com a instauração da CPI foi definitivamente afirmar que por aqui haverá autoridades que não vão se sujeitar aos mimos da realeza. A CPI que pelos quatro cantos do estado foram também instauradas e terminaram em pizza terá efetivamente penalidades e intervenções quanto as práticas desvairadas e irresponsáveis por parte de quem efetivamente tira dos pobres e enriquece sem contrapartida.
Agora para tentar atacar a realeza os legisladores estão buscando a retirada dos privilégios tributários da estatal, e se para muitos essa medida é pequena diante do que realmente representa a empresa é bom lembrar que não se vence uma guerra de uma vez, é necessário batalha por batalha ganhar território e se impor mediante ao seu adversário.
É importante ainda ressaltar que quem muito tem, nada quer perder e sendo assim, caso a empresa venha ter que realmente pagar tributos ao município, ela se sentirá ao menos incomodada e entenderá que nessa terra tem alguém que a defende, que se propõe a tirar dos ricos e repartir para os pobres, que não tem medo de enfrentar todo o poder que muito já corrompeu, mas que nem todos pode comprar.