Editorial - Opinião sem medo!
Questão de participação
Imagine se a cidade que mais cresce no Estado, também tivesse proporcionalmente um crescimento em saúde, educação e segurança e que paralelo a isso o senso e a responsabilidade social fosse uma diretriz aplicada no município.
Se esse senso e responsabilidade social fosse uma prática, o que aconteceria é que efetivamente os bons hábitos, as condutas, o posicionamento social em todas as esferas seriam bem diferentes do que vemos.
Ao analisar o desenvolvimento da cidade em pleno processo onde a crise é mais do que um fantasma, tomando claramente proporções de uma tragédia econômica em Minas Gerais, podemos afirmar que apesar de não ser o que visualizamos como ideal, os setores acima citados tem obtido melhoras.
A saúde vive uma fase anos luz à frente do que se presenciava anos atrás, afinal quando foi que efetivamente se teve uma perspectiva de ter três hospitais ativos funcionando no município, e ainda ter uma UPA verdadeiramente resolutiva como vivenciamos hoje.
Se tratando de segurança, sabemos que a criminalidade nunca vai acabar, mas ela tem sido combatida e os índices apesar de não serem perfeitos estão reduzindo constantemente e ainda não podemos reclamar de investimentos em estrutura e equipamentos, pois foram adquiridos olho vivo, radio digital e viaturas que foram doadas para a PM sem falar de outros investimentos de aporte nos órgãos de segurança.
Levando para a educação, apenas o projeto de escola de tempo integral que está sendo ampliado já é uma condição que deve ser aplaudida, e outros esforços feitos junto a educação como ampliação, reforma e construção de unidades merecem aplausos pelo esforço e comprometimento diante da necessidade.
Dessa forma, se tivéssemos em nossa sociedade de forma geral uma participação mais intensa, humana e coesa sobre a participação e colaboração social poderíamos promover uma verdadeira revolução quanto a condição e qualidade de vida.
Vejamos, estamos em um período que em 2017 foi aterrorizante pelas enchentes causadas pelas chuvas e o simples fato de que as pessoas insistem em jogar lixos nas ruas, nos córregos, nos lotes vagos, nos bueiros, já agrava os problemas de escoamento que nossa cidade ainda vivencia.
O fato de não destinarmos nosso lixo de forma correta e de não termos, ao menos o senso de higiene e responsabilidade social a ponto de destinarmos de forma correte nossos resíduos ampliam as possibilidades de doença, de proliferação de pestes, de animais peçonhentos de transtornos quanto a limpeza e estética de nossa cidade.
Claro que temos e cobramos ao executivo quanto a questões simples que são feitas de forma desatenta, como o concerto de um caminhão de lixo que ficou parado dias na porta de famílias cheio de lixo, situação que foi reconhecida até mesmo pelo secretário da pasta como um equívoco.
Porém temos também que entender que se mudarmos nossa forma de atribuir e entender a nossa sociedade vamos estar em efeito dominó alterando todo um comportamento que vai gradativamente transformando cobrança em prática, em hábito.
Precisamos deixar para traz a ideia de que nossa cidade é composta por pobres iletrados, que muitas vezes por sua ignorância erudita, adota práticas sociais lamentáveis e sim, com a melhoria dos serviços básicos o que nos falta para iniciar esse processo de evolução é termos moralmente e conscientemente uma postura mais humana e coesa quanto a nossas práticas.
Se pegarmos como exemplo as sociedades mais evoluídas vamos perceber que como animais racionais temos a tendência de reproduzirmos as atitudes e padrões do meio em que estamos inseridos, e sendo assim, está na hora de implantarmos padrões e comportamentos sociais que vão além de cobranças e polemicas rasas pela web, e se consolidem com o resgate da autoestima e da consciência de que fazemos parte ativa da construção social que tanto desejamos.