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Após um mês, fazenda Canta Galo é novamente ocupada

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Trinta dias após grande operação militar que culminou no cumprimento de liminar de reintegração de posse, fazenda Canta Galo está sendo reocupada por famílias que foram retiradas do terreno

Exatamente um mês após a realização da reintegração da terra, organizada pela Polícia Militar e pelo conjunto de esforços do executivo de Nova Serrana e Pitangui, a fazenda Canta Galo está sendo reocupada pelos moradores que foram retirados do local.

Segundo informações apuradas mesmo os antigos ocupantes encontrando a estrutura que havia sido construída por eles durante os seis anos que ocupara o terreno, praticante destruída em sua totalidade, eles optaram por reocupar as terras e reconstruírem os imóveis.

Segundo informações colhidas, durante seis anos de ocupação do terreno foram construídos 80 imóveis de alvenaria que foram derrubados após a reintegração de terra.

Informações apontam ainda que os pouco mais de 60 hectares de terras serviam para cultivo de hortaliças, legumes, mandioca, entre outros alimentos produzidos sem agrotóxicos.

As informações colhidas apontam ainda que o acampamento Nova Jerusalém, como era chamado foi reocupado no último dia 24 de maio. Ainda não se sabe ao certo quantas famílias estão reocupando o terreno e participando do acampamento.

Entenda o caso – Reintegração

Após muitas manifestações e mais de três meses de negociação, o destino das famílias que até a manhã de quinta-feira 26 de abril ocupavam a área da Fazenda Canta Galo foi deixar o terreno.

Após a decisão liminar já deferida no segundo semestre de 2017, a Polícia Militar de Minas Gerais, iniciou na manhã do dia 26 de abril, a reintegração de posse da Fazenda Canta Galo ao município de Nova Serrana.

Na ocasião um grande efetivo foi direcionado para a ação. Entre os recursos foram designados mais de 170 policiais militares da Tropa de Choque, Polícia Rodoviária, Polícia do Meio Ambiente, 26 viaturas da Polícia Militar e o helicóptero Pegasus.

Foi ainda mobilizado para a ação quatro viaturas do Corpo de Bombeiros Militar, 16 Bombeiros Militares, assistentes sociais e o conselho tutelar, seis ambulâncias, três tratores retroescavadeiras, Guarda Civil Municipal de Nova Serrana, cerca de 50 funcionários do setor de obras de Nova Serrana e caminhões de várias cidades que compõe o Consórcio Intermunicipal de Aterro Sanitário (CIAS).

Na ocasião da retirada das famílias um galpão foi locado pelo executivo de Nova Serrana para realojarem as famílias que não tinham condições ou um local para irem após a reintegração de posse.

Ação civil feita por parte dos invasores

Segundo apurado os invasores afirmam que reocuparam o terreno pleiteando pelo bem do Rio Pará, por terra e moradia para as mais de 100 famílias que residiam no acampamento Nova Jerusalém e apesar de encontrarem tudo praticamente destruído, as famílias, firmes na luta e resistência, vão se organizando novamente na Ocupação-Comunidade Nova Jerusalém, e manifestam-se determinadas a permanecer na fazenda Canta Galo.

Quando retirados do terreno, o advogado da associação de moradores informou que uma ação civil pública estava sendo iniciada por parte dos moradores contra o Consorcio Intermunicipal de Aterro Sanitário (CIAS). “O interesse dos municípios é de transformar essa área produtível em um aterro sanitário, então queremos aproveitar a presença da imprensa e anunciar que entramos com uma Ação Civil Pública para impedir que esse empreendimento seja realizado”, anunciou Dr. Paulo Cezar da Costa, advogado da associação, na ocasião.

Projeto pode impedir Nova Serrana implementar CIAS em área no município

Quanto a implementação do aterro a participação de Nova Serrana é ainda questionada uma vez que na semana da reintegração de posse foi dada a entrada no Projeto de Lei 044/2018, que tem como finalidade revogar a lei municipal 2255/2014 que possibilita a participação do município no consórcio intermunicipal para instalação do Aterro Sanitário.

O projeto de autoria da Mesa Diretora da Câmara de Nova Serrana tem como base o fato de que as diretrizes para cumprimento do consórcio foram estabelecidas com apenas 11 município, contudo hoje a demanda é de 36 cidades confirmadas, podendo ainda chegar a mais de 40 municípios.

Caso seja aprovada pelos vereadores a prefeitura não poderá fazer parte do empreendimento o que pode tornar toda firmação do Consórcio Inviável, uma vez que a área para a instalação do aterro sanitário está sobre concessão do município de Nova Serrana, após ser cedida pelo Governo de Minas Gerais.

O que diz a prefeitura

Diante da reocupação dos invasores do acampamento Nova Jerusalém, o prefeito de Nova Serrana e o prefeito de Pitangui e presidente do Cias Marcilio Valadares iriam se reunir na tarde desta segunda-feira, dia 28 de maio para discutirem as medidas a serem tomadas sobre o assunto.

Em contato exclusivo com o Jornal O Popular, o prefeito de Nova Serrana Euzebio Lago afirmou que em conversas preliminares com o presidente do consórcio, foi cobrado a responsabilidade quanto a manutenção do terreno uma vez que a área estaria sobre a supervisão do CIAS.

Euzebio ainda afirmou que uma série de situações seriam conversadas, inclusive sobre os fatores que viabilizaram a invasão uma vez que havia vigilantes por parte do CIAS resguardando o lugar e que relatos ainda não confirmados apontam que os ocupantes poderiam ter usado de violência para retomarem o terreno.  “Ainda hoje estarei com o prefeito Marcilio para falarmos do assunto, já cobrei a ele sobre a responsabilidade do CIAS que tem que assumir sua parte quanto ao terreno, mas precisamos de avaliar com cautela pois existem relatos até de agressão física quanto a nova ocupação, sendo assim vamos nos reunir  e assim que obtivermos mais informação repassaremos a vocês mais detalhes e um posicionamento mais conciso”, disse  Euzebio Lago.

Este Popular segue acompanhando o caso, aguardando por mais informações por parte do executivo quanto ao desenrolar dessa nova invasão na Fazenda Canta Galo.

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