Conecte-se Conosco

Governo Estadual

Minas tem o segundo pior índice de testagem do país, aponta IBGE

Publicado

em

Mesmo após mais de cinco meses da confirmação do primeiro caso de coronavírus, Minas Gerais ainda patina para conseguir ampliar a testagem da população. Foi o que revelou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada na quinta-feira, 20 de agosto pelo IBGE. Com a realização de exames em apenas 4,5% da população, o Estado tem o segundo pior índice de testagem do Brasil, ao lado do Paraná e Rio Grande do Sul, que apresentam o mesmo número.

A situação mineira só não é tão grave que a de Pernambuco, que conseguiu confirmar ou não a infecção pela doença em 4,1% dos habitantes. Já a média nacional, também baixa em relação aos outros países considerados exemplo no combate à pandemia, está em 6,3%. Para o infectologista Leandro Curi, o panorama mostrado pela pesquisa é preocupante.

“Quanto mais testar e examinar a população, mais fidedignas serão as estatísticas sobre a expansão do vírus nas cidades. Com a testagem, as autoridades sanitárias conseguiriam dados mais precisos para saber a prevalência da infecção no Estado. Grande parte dos países que foram bem na eliminação do risco de contágio testaram em massa”, enfatizou.

O especialista lembra ainda que os números revelam que há uma grande subnotificação dos casos da doença na população. “Falamos em três milhões de infectados, mas a situação é muito pior. São diversas pessoas assintomáticas, que não tiveram nenhum problema de saúde e, por isso, não entraram para as estatísticas”, explicou.

Por conta da falta de testes e até insumos, o Ministério da Saúde tem priorizado, desde o início da pandemia, a realização dos exames entre os profissionais de saúde e pacientes internados por síndrome respiratória aguda grave. “Esses casos estão sendo notificados, seja na rede privada ou particular. O problema é o grupo de pessoas que não precisa de internação. O conhecimento da expansão da pandemia nessas pessoas é deficiente”.

Pior número da região Sudeste

Com pouco mais de 185 mil casos confirmados e 4.543 mortes pela Covid-19, Minas só não tem índices menores da pandemia na região Sudeste que o Espírito Santo (104 mil confirmações e 2.979 óbitos), cuja população é cinco vezes menor. Porém, os dados da Pnad apontam que o Estado foi o que menos realizou testes proporcionalmente à população.

No ranking, justamente o Espírito Santo tem o melhor número, com 7% dos habitantes testados. Em seguida, aparecem  Rio de Janeiro (6,8%) e São Paulo (6,7%). O estudo do IBGE considerou todos os tipos de exames realizados nas redes pública ou participar, inclusive os testes rápidos.

Sem respostas

A reportagem questionou a Secretaria de Estado de Saúde (SES) sobre esse levantamento, e a pasta informou que irá analisar os dados e encaminhar uma resposta até o fim da manhã desta sexta-feira (21). Segundo a assessoria da pasta, a área técnica da pasta vai “validar as informações” e, em seguida, responder os questionamentos.

Outras doenças

Em julho, a Pnad também passou a apurar quantos mineiros têm alguma doença que possa agravar o quadro de saúde em caso de contaminação pelo coronavírus. Mais de 5 milhões de pessoas afirmaram ter alguma comorbidade. As doenças mais recorrentes foram hipertensão (15,2%), seguida por asma, bronquite ou enfisema (8,1%), diabetes (5,7%), depressão (4,2%), doenças do coração (3,1%) e câncer (1,3%).

 

Fonte: Por Luca Morais | Rômulo Almeida –  O Tempo

Foto: Foto: Nelson Almeida / AFP

Publicidade
Publicidade

Política

Publicidade