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“Missa sem povo”

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Dentre todas as tribulações tragas pela covid-19, uma em especial, me reporta considerável dissabor: não podermos frequentar as Celebrações Eucarísticas como comunidade de fé reunida.

Historicamente nós católicos temos dificuldade em dar respostas rápidas aos novos desafios. Fato evidenciado na pandemia. Todavia, na intempérie, sobressaiu o potencial criativo e a capacidade de adaptação da nossa Imaculada Igreja.

À procura de novas formas de evangelização, o ferramental tecnológico tem sido um importante aliado, propiciando a transmissão de missas e formações; havendo também uma série de ações sociais inovadoras.

Ainda assim, confesso a estranheza experienciada com as Celebrações online, a “Missa sem povo”; o desejo de participar da comunhão eucarística contrastando com o vazio físico do espaço celebrativo.

Mesmo enfrentando as agruras da crise sanitária – com número de vitimados alarmantes – começamos o necessário processo de reabertura, nas mais variadas áreas, incluído a volta das Missas; é sabido que não controlamos a circulação do vírus, como fizeram os Europeus e outras nações mundo afora; portanto, não deveríamos falar em retomada da mesma forma ocorrida nestas regiões. Todavia, temos adotado esse modelo “estrangeiro”, sob um cenário ainda obscuro.

Brasil afora, vemos uma espécie de “negacionismo” em relação à crise sanitária, em grande parte promovido por nossos líderes políticos. Falta autoridade e coordenação nacional no enfrentamento à covid. Parte da Igreja corrobora com a errônea gestão da crise.

Aqui na terra do sapato, gradualmente estamos retomando a realização das ações litúrgicas, seguindo à risca as determinações dos órgãos sanitários e também do bispado: o uso de máscaras por todos os presentes no espaço litúrgico, álcool em gel na entrada das igrejas, limitação de integrantes da equipe de celebração, exclusão dos folhetos e o distanciamento social; orientações visando minimizar as chances de contágio. Em acatamento à esse novo regramento, estamos abrindo as igrejas para uma pequena parcela de fiéis, que terão acesso à esse “privilégio”.

No modelo atual, os que não podem ir à Santa Missa – são desaconselhados a participar por questões sanitárias – se sentem ainda mais excluídos do que antes, quando a Celebração era “proibida” para todos.

O “novo normal” é reservar lugares para os “sadios”, deixando de fora os fragilizados – idosos e enfermos; ainda que seja uma exigência momentânea – e com natural razoabilidade – se nos conformamos, é porque a Igreja(clero e laicato – estaria atribuindo novos significados aos seus ritos; e esta não é a lógica cristã, mas sim, de mercado.

A participação na Santa Eucaristia se tornou uma escolha pessoal. Não há mais o preceito dominical, você “vai se quiser e se sentir seguro”.
Como manter então, o espírito de comunidade se considerável parcela dos fiéis são “desconvidados” à Ceia Eucarística?

Aqui num exercicio de empatia, me coloco na posição dos nossos irmãos ordenados, que ante às demandas da. hora, se vêem entre as questões sanitárias e eclesiológicas, sendo extremamente criticados, sejam quais forem as tomadas de decisões.

Nesse momento de extrema incerteza, cabe a todos nós, clero e laicato, encontrarmos as soluções que encampem os nossos anseios, observando as solicitudes desse tempo. Que o PARÁCLITO conduza nossa retomada, e o quanto antes celebremos o regozijo da vida comunitária.

Abençoada semana, Graça e Paz

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