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Editorial - Opinião sem medo!

Mérito a quem merece!

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Nova Serrana é uma cidade muito peculiar, o município que é considerado uma cidade muito jovem e vem obtendo percentual de crescimento muito acima da média do estado tem como principal característica a miscelânea cultural, que compões os 100 mil habitantes que hoje residem no município.

Somos a cidade que mais produz calçado em Minas, uma das indústrias calçadistas mais representativas da América Latina, e temos ainda a perspectiva de um crescimento industrial e social que pode colocar nossa cidade como referência nacional.

Contudo a pouco mais de 30 anos nada disso existia com tal perspectiva. O cercado se tornou uma cidade que vive e respira trabalho. E já que falamos de trabalho, o nosso trabalhador, a ele é devido todo o nosso crescimento.

Dia primeiro de maio é comemorado o Dia do Trabalhador, em Nova Serrana essa data é mais marcante do que o próprio Natal ou outros feriados de representatividade nacional. Aqui o termo trabalho é levado a sério, mas será que o trabalhador tem sido considerado da mesma forma?

Recentemente este Popular apontou que a per capta por trabalhador de nossa cidade não é tão relevante quanto se imagina, segundo o IBGE em Nova Serrana um trabalhador formal tem como rende per capta 1,6 salário mínimo e se rios de dinheiro é o que se sonha por aqui, ele até pode chegar a vir, mas como consequência de muito esforço e horas extras.

Muitos chegam até aqui com a expectativa de viverem o “sonho americano”, porém ficam apenas no sonho, porque socialmente nosso desenvolvimento está muito longe de ser o americano.

Você caro leitor, deve estar pensando que estamos sendo injustos ou equivocados, pois se não tivéssemos uma condição tão positiva assim porque mantemos o crescimento e o mercado aquecido?

Bom, para isso temos, por exemplo a explicação de que grande parte de nossa população veio de uma condição social de risco, e por mais que a vida seja dura por aqui, em nossa terra existe trabalho, existe remuneração, existem possibilidades que na terra natal não são disponíveis.

Mas veja, temos um transporte coletivo não tão eficaz, temos uma cidade com alto índice de criminalidade, por aqui o trabalhador não pode comprar uma moto, um celular que se torna vitima de assaltos e crimes.

Por aqui não temos para o trabalhador projetos habitacionais eficientes, não temos projetos de agricultura familiar desenvolvidos com primazia, não temos saúde e educação da forma como o povo que move nossa cidade demanda.

Por aqui o trabalhador não é tão valorizado como se devia, não é respeitado como a força que move a cidade, e ao longo do ano as migalhas de festinhas e shows, esporadicamente dados ao trabalhador se torna um alento, pequeno, para aqueles que fazem tanto.

Ao olharmos o cenário de forma geral, vemos uma ingenuidade visceral daqueles que tem como perspectiva de que a situação irá mudar.

Bom, se olharmos para tudo que vem sendo feito, percebemos que as necessidades do trabalhador vêm sempre sendo tratadas como uma necessidade a longo prazo, já a dos políticos e tantos outros famosinhos da cidade, são urgentes, como se fossem esses que movessem diariamente nossa cidade.

Precisamos valorizar a mão de obra que se capacita de forma empírica, mas não técnica e erudita. Precisamos de projetos sociais realmente eficazes e que não sejam assistencialistas, que tornem o trabalhador mais digno de buscar uma melhor condição para sua família.

Precisamos respeitar nosso trabalhador da forma como merecer e proporcionar a ele, seja qual for sua área de atuação, condições de enxergar a América que tanto sonha, que seja por alguns instantes durante seu ano produtivo.

Precisamos deixar a mediocridade de lado e sermos coesos, afinal se chegamos até aqui o mérito é do trabalhador, e uma festinha (com ingresso pago no dia do show mais atrativo e ainda sem picolé) é muito pouco para que o mérito do crescimento de Nova Serrana seja efetivamente dado a quem se merece. Seja dado ao Trabalhador de Nova Serrana.

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