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Cultura

Estrelado por Fernanda Montenegro, “Vitória” estreia nesta 5ª pegando carona no sucesso de “Ainda Estou Aqui”

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Fernanda Montenegro e Alan Rocha protagonizam filme dirigido por Andrucha Waddington - Foto: SONY/DIVULGAÇÃO

Quando Walter Salles viu Alan Rocha no set de “Ainda Estou Aqui”, a primeira reação do diretor foi: “Mais um jornalista, né?!”. O ator tinha acabado de participar das filmagens de “Vitória”, em que interpreta um repórter policial que ajuda uma senhora de 80 anos a denunciar uma série de crimes ocorridos na porta de sua casa, valendo-se de valiosas imagens colhidas por ela por meio de uma câmera portátil, o que culmina numa grande investigação.

Curiosamente, “Vitória” estreia hoje, poucos dias após “Ainda Estou Aqui” ganhar um inédito Oscar de Filme Internacional. Rocha não esconde o orgulho, mesmo sem tantos minutos em cena – é ele quem pede que Eunice Paiva e seus filhos não sorriam para uma fotografia para a revista “O Cruzeiro”, com a viúva do ex-deputado Rubens Paiva, torturado e morto nos porões da ditadura, ordenando que fizessem justamente o contrário.

“Esses filmes me possibilitaram contracenar com dois nomes históricos da nossa dramaturgia”, comemora Rocha, citando mais uma das várias coincidências entre os longas. Em “Ainda Estou Aqui”, ele trabalha com Fernanda Torres, filha de Fernanda Montenegro e esposa de Andrucha Waddington, respectivamente protagonista e diretor de “Vitória”. Quer mais? Os dois longas são os primeiros produzidos pela plataforma de streaming Globoplay.

Com tantas semelhanças, ele espera que o caminho que “Ainda Estou Aqui” trilhou para inserir o audiovisual brasileiro num lugar inimaginável seja repetido com “Vitória”. “A expectativa também é boa para que ele possa decolar para muitos países”, afirma. Para Rocha, apesar de os filmes se passarem em épocas distintas, acabam apontando para o mesmo tema. “Eles estão com foco na vida”, analisa.

“No ‘Ainda Estou Aqui’, a gente tem a dúvida ou a certeza de que se perdeu uma vida. E, no ‘Vitória’, a Dona Nina passa a correr o risco de perder a sua vida, desde o momento em que, com a sua coragem e determinação, resolve comprar, de forma parcelada, uma câmera, filma tudo o que acontece e resolve mostrar isso. O Flávio entende que tem um material muito relevante, mas, se ele fizer a matéria, Nina poderá morrer”, registra.

Para interpretar o Flávio Godoy de “Vitória”, o ator passou a respirar jornalismo. Como o personagem é baseado numa pessoa real, ele teve várias conversas com Fábio Gusmão, autor do livro que inspirou o filme, para moldar a pessoa que auxiliará a massagista Nina em sua denúncia, após ela passar incansavelmente por delegacias e batalhões para acabar com o ponto de tráfico de drogas embaixo de sua janela, no bairro de Copacabana, no Rio.

A participação dele no filme se deve muito a Fernanda Montenegro. “Ela quem praticamente me escolheu, após ver o meu filme de teste. Depois tivemos um primeiro encontro, durante um ensaio, que foi muito incrível. A gente improvisou algumas coisas, com a equipe que estava ao nosso redor sentindo que estava rolando uma aproximação. A magia aconteceu e eles entenderam que iria dar certo”, lembra.

Trabalhar com Fernandona foi um grande aprendizado para Rocha. “Eu a comparo a uma cachoeira. Ela tem uma força, uma realeza, e, ao mesmo tempo, a cachoeira está ali, espalhando água nas sementes, que somos nós. Comparado à história dela, eu sou um aprendiz, tentando dar o meu melhor, mas sempre olhando-a e reverenciando-a. Já tinha feito alguns trabalhos no cinema e teatro, mas esse filme foi um divisor de águas”.

Novo diretor favoreceu escalação de ator

Alan Rocha não conheceu a grande personagem de “Vitória”. Fernanda Montenegro também não. A personagem real – que tinha o nome de Joana Zeferino da Paz – entrou para o programa de proteção a testemunhas e nunca se soube de seu paradeiro até a morte dela ser anunciada, em 2023, por causas naturais, quando as filmagens já tinham sido concluídas. Vitória é o nome que ela passou a adotar para poder ter uma nova vida em segurança.

O início do projeto foi marcado por outra morte, a de Breno Silveira, que era marido da roteirista Paula Fiúza e o primeiro diretor escalado para comandar a adaptação cinematográfica do livro “Dona Vitória da Paz”, de Fábio Gusmão. O realizador dos sucessos “2 Filhos de Francisco” e “Gonzaga: De Pai para Filho” faleceu repentinamente, em maio de 2022, em decorrência de um infarto fulminante. Diretor de “Eu, Tu, Eles”, Andrucha Waddington assumiu o posto.

“Eu acompanhei o segundo lado da história. Na época que o Breno estava fazendo, seria outro ator, que não pôde, depois, voltar para terminar as filmagens, devido a um problema de datas. O Andrucha, há muito tempo, já teve esse projeto na mão, mas passou para o Breno quando soube que o compadre dele estava com muita vontade de filmar”, lembra Rocha.Um

a fatalidade que abriu as portas para o ator carioca. “O universo fez com que, mesmo que tristemente, voltasse para as mãos do Andrucha. Ainda na época das primeiras leituras, a gente estava com um Breno ali, entre nós. Então prestamos uma homenagem, aplaudimos em sua memória e continuamos. Com certeza, por serem parceiros, o Andrucha trouxe o Breno em seu olhar e na concepção da direção”.

Fonte: https://www.otempo.com.br/entretenimento/2025/3/13/salas-recebem-vitoria-com-a-mae-e-o-marido-da-indicada-brasileira-ao-oscar

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