Justiça
PF faz operação contra promotor de justiça acusado de pedir R$ 3 milhões para arquivar investigação
Durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão, policiais federais encontraram R$ 900 mil em espécie na casa do investigado
Foi o empresário quem procurou a PF e denunciou o promotor, há uma semana. Ele contou, em depoimento, que foi abordado pelo homem em um restaurante, ocasião em que o funcionário público teria dado o prazo de poucos dias para que pagasse a quantia para não ser mais investigado.
Por se tratar de investigado com prerrogativa em razão da função pública, o caso foi comunicado ao procurador-geral de Justiça do Piauí, a quem cabe investigar integrantes do Ministério Público, que pediu formalmente a cooperação da Polícia Federal, tendo em vista que a entrega do dinheiro era iminente.
“Comprovados os fatos sob investigação, o agente público poderá responder pelo crime de concussão, que consiste na conduta de exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida”, diz a PF em nota.
A operação foi batizada de Iscariotes. “O nome da operação faz referência a Judas Iscariotes, em razão de o agente público, incumbido da função de fiscal da lei, ter traído a confiança nele depositada pelo Estado e pela instituição”, explica a PF.
“O Ministério Público do Estado Piauí se manifesta perante a sociedade piauiense acerca da Operação Iscariotes, realizada pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira, 7 de agosto, e que resultou no cumprimento de mandado de busca e apreensão em desfavor de um promotor de Justiça.
A Subprocuradoria-Geral de Justiça Jurídica, órgão do MPPI, no exercício das suas atribuições processuais de investigação dos membros da instituição, informa que solicitou a cooperação da Polícia Federal diante dos indícios de que o Promotor de Justiça havia pleiteado vantagem indevida para sustar procedimento criminal.
O próprio Ministério Público remeteu representação ao Tribunal de Justiça, que expediu o mandado de busca e apreensão, devidamente cumprido.
O MPPI prosseguirá cumprindo seus deveres e atribuições. Independentemente do investigado, o compromisso da instituição é com a Justiça.
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